Mikheil Saakashvili (direita), ex-presidente da Geórgia e eleito governador da província da Odessa por Petro Poroshenko (centro), presidente da Ucrânia. Foto: EPP (CC BY 2.0)
Transnístria? Não. O objetivo é controlar a Moldávia
A recente nomeação do ex-presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, como governador da província (oblast) de Odessa, pelo presidente ucraniano Petro Poroshensko, teve como objetivo aplicar uma política de estrangulamento contra a Rússia, entregando a Moldávia aos braços abertos dos vampiros da União Europeia e da OTAN.
Leia também:
Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte I)
Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte II)
Polônia: a chave do "milagre" alemão (Parte III)
A nomeação de estrangeiros é uma política normal do atual governo golpista. Há três deles ocupando cargos de ministros. A norte-americana Natalie Jaresko, ex-alta funcionária do Departamento de Estado, é a atual ministra das Finanças. Os outros dois são o ministros de Economia e da Saúde.
A Odessa compartilha fronteira com a Transnístria, que é uma faixa de aproximadamente 140 quilômetros por 10 quilômetros de largura, de norte a sul, e que tem mantido um status independente, na prática, após ter derrotado os exércitos da Moldávia e da Romênia no conflito armado que aconteceu em 1992. Com a exceção da Ossétia do Sul, a Abkházia e o Nagorno Karabakh, eles próprios estados "semi-párias", ninguém reconhece o status de país independente da Transnístria. Nem a própria Rússia.
O objetivo do governo russo é exatamente o mesmo que aplica em relação a todas as demais minorias russas existentes nos países vizinhos, conter a agressividade do imperialismo e evitar a entrada desses países na OTAN, com o objetivo de manter um colchão (buffer) de segurança em torno das fronteiras da Rússia.
Mikheil Saakashvili foi presidente da Geórgia, entre 2003 e 2013, sobre quem o atual governo mantém um processo por corrupção. Mikheil Saakashvili foi o principal impulsionador da entrada da Geórgia na União Europeia e na OTAN. Após ter aberto o país aos monopólios, Saakashvili sofreu um enorme desgaste por causa da derrota militar para a Rússia, após a tentativa de dominar pela força as regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul, em 2007. O imperialismo "empantanado" nas guerras do Iraque e do Afeganistão não tinha fôlego para enfrentar a Rússia, uma potência militar que estava renascendo e que era uma potência militar de primeira ordem.
Os golpistas de Kiev buscam apertar o cerco contra a Transnístria, impedindo o fornecimento russo, do território e dos 1.200 soldados russos ali estacionados, que passa pela Ucrânia. Essa política tem na Polônia o principal articulador, que busca aumentar o seu poder como potência regional da Europa Oriental, incorporando a Moldávia, junto com a própria Ucrânia, aos países sob seu controle direto.
Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos da região como jornalista independente.