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stanDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] O ESF (Exchange Stabilization Fund, ou Fundo da Estabilização do Câmbio) do Tesouro dos Estados Unidos não se encontra submetido ao controle do Congresso.


O Banco Morgan Stanley negociou US$ 14 trilhões em valores nominais apenas no primeiro trimestre de 2011. Foto: Alan Wu (CC BY-SA 2.0)

As transações com títulos públicos norte-americanos a longo prazo requerem a compra de mecanismos de seguros, os IRS (interest rate swaps), o que, por sua vez, obriga à compra de “instrumentos colaterais” de proteção, ou seja, novos bônus do Tesouro, pois o ESF não provê o volume necessário de bônus (títulos financeiros) como colaterais das transações. Em outras palavras, os derivativos baseados nos títulos públicos, por uma parte, proveem altas e seguras taxas de lucro e, ao mesmo tempo, obrigam a comprar novos volumes de títulos públicos.

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Esta operação possibilita que o Tesouro imponha as baixas taxas de juros, cria um mecanismo de geração de recursos baseado em papel moeda fantasma, sem lastro produtivo, e evita a bancarrota imediata do sistema financeiro norte-americano por falta de liquidez. Essa política está esgotada devido ao gigantesco volume de títulos podres acumulados pelos monopólios, que agora pressionam pela alta das taxas de juros devido à enorme queda que os lucros dos títulos podres (que são comercializados aos trilhões) sofreram no último período.

De acordo com dados do OCC (Comptroller of the Currency, ou Escritório Controlador da moeda corrente), o JP Morgan detém mais de US$ 80 trilhões em valores nominais de derivativos financeiros contra US$ 2,246 trilhões em ativos financeiros; o Bank of America mais de US$ 75 trilhões contra US$ 2,264 em ativos; o Morgan Stanley mais de US$ 55 trilhões contra US$ 830,7 bilhões em ativos; o Citigroup mais de US$ 55 trilhões contra US$ 1,956 em ativos; e o Goldman Sachs mais de US$ 53 trilhões contra US$ 937 trilhões.


As 25 maiores empresas financeiras norte-americanas detêm US$ 332,7 trilhões em valores nominais de derivativos financeiros contra US$ 13,7 trilhões em ativos financeiros. 
O controle absoluto do estado imperialista pelos especuladores financeiros ficou evidente nos altíssimos volumes de derivativos financeiros transacionados pelos grandes bancos.

A título de exemplo, o Banco Morgan Stanley negociou US$ 14 trilhões em valores nominais apenas no primeiro trimestre de 2011. Para a negociação desses derivativos, que na sua maioria são IRS, seria necessário que o comprador, neste caso o Morgan Stanley, também comprasse os colaterais necessários para assegurar as transações. Como os recursos líquidos, no período, atingiram US$ 30 bilhões, essas operações não seriam tecnicamente possíveis. O próprio sistema financeiro também não teria esses altíssimos volumes de recursos.

Por trás dessas operações sempre esteve o ESF tanto para viabilizar as operações, quanto para garantir as baixas taxas de juros dos bônus públicos e a necessidade de novas compras de títulos públicos com recursos públicos com o objetivo primário de continuar garantindo altas taxas de lucro para o Morgan Stanley, que é um banco falido desde o ano 2008 e que somente se mantém relativamente lucrativo, apesar de continuar em bancarrota, com enormes volumes de repasses de recursos públicos.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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