1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (3 Votos)

7566283584 c70e8b8f70 zEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Em direção acelerada ao colapso da especulação financeira.


O “cassino financeiro mundial” hoje movimenta em torno a 1 trilhão de dólares e se encontra montado em cima dos mecanismos financeiros ultra parasitários do dólar. Foto: Sue Waters (CC BY-SA 2.0)

A Guerra do Vietnã foi o ponto de aceleração do endividamento dos Estados Unidos. Em 1971, o presidente Richard Nixon aplicou o mega golpe que desconheceu os Acordos de Bretton Woods de 1944, que previa a paridade do dólar com o padrão ouro. O Tesouro Norte-americano passou a “imprimir” dinheiro em quantidades colossais. Era o fim dos Anos Dourados do capitalismo na fase imperialista, cujo motor foi a reconstrução do desastre provocado pela Segunda Guerra Mundial.

Leia também:

Pleno emprego nos EUA? (Parte I)

Pleno emprego nos EUA? (Parte II)

Pleno emprego nos EUA? (Parte III)

Pleno emprego nos EUA? (Parte IV)

Pleno emprego nos EUA? (Parte V)

A dívida nunca mais foi paga, assim como aconteceu em todos os demais países. São emitidos títulos para pagar os serviços da dívida, taxas de juros e amortização. Esses títulos são vendidos para a Reserva Federal, o banco central norte-americano, e para os principais países exportadores. O Brasil, por exemplo, é o quarto maior detentor desses títulos podres chamados bonos de Tesouro dos Estados Unidos. Quando o governo tem problemas para garantir as datas de pagamentos, esses títulos são renegociados e trocados por novos títulos, numa operação conhecida como “roll over”. Os recursos assim obtidos são repassados para os grandes bancos, a taxas irrisórias, que os aplicam imediatamente na especulação financeira. Esses títulos são qualificados pelas agências qualificadoras de risco, que são controladas pelos monopólios, com a maior nota possível porque, supostamente, oferecem a “maior segurança” para a criação de mais dívidas!

De acordo com o BIS (Bank of International Settlements) esses papéis podres seriam o “Capital Nível 1”, a garantia de crédito de quem os possui.

Essa operação fraudulenta está ligada aos chamados petrodólares, o acordo por meio do qual o grosso das vendas de petróleo é realizada em dólares norte-americanos. Mas conforme a crise capitalista se aprofunda, os mecanismos de controle apresentam rachaduras. A Arábia Saudita, que é o um dos principais pilares dessa operação, começou a comercializar com a China em moedas locais. É a política do “salve-se quem puder”.

Um cassino financeiro a serviço dos capitalistas

O grosso da economia capitalista é composto pela especulação financeira. Um gigantesco volume de capitais fictícios, que não encontram aplicação na produção, são direcionados para esse tipo de operações. O mundo foi transformado numa espécie de casino, onde os apostadores são sustentados e resgatados pelo estado. A política do TBTF (Too Big To Fall ou Muito Grande Para Falir) direcionou trilhões para os monopólios que faliram a partir de 2007. De acordo com um relatório de uma das comissões do Congresso norte-americano, somente entre 2007 e 2010, foram direcionados para o resgate dos monopólios US$ 16 trilhões.

Para o próximo período está colocado um novo colapso capitalista em proporções ainda maiores que o colapso de 2008. Os mecanismos especulativos deverão colapsar de maneira estrondosa. Os estados burgueses, que se hiperendividaram nos resgates dos últimos oito anos, agora terão muito maior dificuldade para resgatar os monopólios em bancarrota, os TBTF.

A “saída” será aumentar a velocidade da “maquininha de dinheiro” e passar a conta para os trabalhadores. Por esses motivos, a tendência é à hiperinflação e não à deflação conforme a propaganda da imprensa imperialista tenta enganar os incautos. A deflação é um fenômeno próprio da época em que o padrão ouro impedia emissões extraordinárias de papel moeda. Os bancos centrais imperialistas já esgotaram o “arsenal” monetarista para lidar com a crise. As mesmas receitas, que fracassaram estão sendo repetidas em outros países. Por exemplo, o chamado “quantitative easing” (ou alívio quantitativo), que fracassou nos Estados Unidos de maneira estrondosa, agora está sendo aplicado na Europa. O último “instrumento”, do qual se está abusando até os extremos, é o chamado ZIRP (Zero Interest Rate Policy ou Política de Taxa de Juros Zero), que implica em entregar para os grandes bancos quanto dinheiro eles quiserem a taxas de juros zero. Lembrando que todos os monopólios possuem divisões financeiras que, em quase todos os casos, são a principal fonte dos lucros. Essas políticas são hiperinflacionárias.

As tendências centrípetas têm aumentado por causa do enfraquecimento dos mecanismos de controle imperialistas. Os novos bancos dos BRICS e de Investimentos de Infraestrutura da Ásia foram colocados em pé por fora do controle do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que são controlados pelos Estados Unidos. Do segundo participam as principais potências europeias, inclusive a Inglaterra, apesar de ter sido impulsionado pelos chineses, o que revela o grau de enfraquecimento dos controle dos Estados Unidos. A Inglaterra monopoliza, junto com os Estados Unidos, o grosso da especulação financeira.

A bancarrota do dólar geraria enormes problemas para manter funcionando os fraudulentos mecanismos da dívida pública norte-americana que hoje acumula mais de US$ 18 trilhões. A dificuldade para repassar parte da própria inflação para o mundo geraria a necessidade de acelerar a “maquininha” em casa. A inflação dispararia. As reservas soberanas em dólar se tornaria pó em todo o mundo. E segundo disse o dirigente da Revolução Russa, Vladimir I. Lenin, não existe nada mais revolucionário que a inflação.

O “cassino financeiro mundial” hoje movimenta em torno a 1 trilhão de dólares e se encontra montado em cima dos mecanismos financeiros ultra parasitários do dólar. O colapso do dólar implicaria no colapso dos derivativos financeiros, que deixaria rombos colossais em todas as grandes empresas.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.