Segundo o jornal Público, a decisão foi tomada esta quinta-feira, após uma reunião entre os administradores, a direção clínica, os 31 diretores dos serviços clínicos e todas as direções de departamento.
Entre os motivos apontados pelos demissionários estão a perda de valências classificadas como excelentes do Hospital de São João, a proibição de contartar pessoal e a não renovação de material, os encerramentos e concentrações de serviços clínicos e a diferença nos valores pagos por ato médico, que prejudicam os hospitais do Porto em relação aos de Lisboa.
Os administradores e diretores clínicos mantêm há dois anos o braço de ferro com o Ministério da Saúde e chegaram à conclusão que a demissão é a única forma de reforçar o alerta quanto à falta de condições para continuar a tratar os doentes.
Em declarações aos jornalistas em dezembro passado, quando recebeu das mãos do ministro da Saúde a Comenda da Ordem de Mérito, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João afirmou estar "preocupado com os dinheiros do Estado destinados ao financiamento dos cuidados de saúde", designadamente que "sejam distribuídos com equidade pelas várias regiões do país, facto que não tem acontecido desde há muitos anos". António Ferreira aproveitou para voltar a criticar a falta de equidade na distribuição de verbas aos hospitais, sublinhando a injustiça "por os ventos da fortuna soprarem sempre no mesmo sentido — o sentido do sul".