Os capitães de Abril trocaram São Bento pelo Largo do Carmo, junto ao quartel sitiado em 1974 por Salgueiro Maia. Aí Vasco Lourenço fez o discurso que queria proferir na Assembleia da República, na sessão solene comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril. O motivo foi a recusa do parlamento, que levou os capitães a desafiarem "toda a população" a deslocar-se ao Carmo, para o que foi também uma merecida evocação à já histórica figura de Salgueiro Maia.
A resposta popular foi clara: o Largo do Carmo, em pleno centro de Lisboa, encheu-se 40 anos depois do 25 de abril de 1974, com pessoas novas e velhas, de diferentes tendências do que tinha sido a oposição à ditadura e dos movimentos sociais atuais. Como previsto, Vasco Lourenço, capitão de Abril, ocupou o principal papel que em 1974 correspondeu ao lembrado Salgueiro Maia, incluindo no seu discurso um apelo à derrota do governo de Passos Coelho.
A Assembleia da República, em poder da direita, resolveu não dar a palavra aos capitães na sessão solene do 25 de Abril, numa decisão tomada na quarta-feira, em conferência de líderes, após a qual a presidente do parlamento, Assunção Esteves, anunciou que "não ocorreu o consenso necessário" entre os partidos. PSD e CDS não deram acordo a que os capitães discursassem no plenário.
Como é habitual nos grandes eventos em Lisboa, contamos com a reportagem gráfica exclusiva do companheiro Luís Nunes, repórter colaborador do Diário Liberdade na capital portuguesa.
Com I e agências