Soubemos, no passado dia 7, que a câmara municipal de Paredes não passará a licença de ruído requisitada pelos organizadores do festival, e nem sequer dá justificações para tal. “Aqui não se pode realizar este festival”, sem mais nem menos. Não satisfeita com esta discriminação, ainda utiliza a famosa pressão política para mostrar quem é que realmente manda, numa tentativa de incutir o medo através de ameaças, como multas, apreensão de material, mobilização do corpo de intervenção da GNR e até a perca de emprego de um funcionário da câmara, no caso de o festival ser realizado na Casa do Povo de Recarei. De realçar que os membros da Casa do Povo manifestaram sempre o apoio ao evento e ficaram revoltados com esta situação, eles que também há vários anos esperam pela legalização do espaço da sua associação.
“Aqui não se pode realizar este festival” foi a mensagem que a C.M. de Paredes quis deixar bem clara. Este festival é o FDP, um fim-de-semana com música, teatro, artesanato, gastronomia, cinema e conversas, que quer apoiar quem luta por alterações profundas no modelo de organização humana, que recusa o medo e que dá combate à repressão, seja ela em forma de ataque policial ou de censura. Depois disto, é óbvio que o festival FDP vai mesmo realizar-se. Mesmo que isso incomode muita gente, ou melhor, por isso mesmo, ganha mais força e importância. Esta é a nossa mensagem que nenhuma censura poderá abafar. Fartos Desta Palhaçada.
Contamos, de novo, com a solidariedade de toda a gente, aparecendo para o festival ou, se não o puder, fazendo actividades marcadamente relacionadas noutros locais e oferecendo espaços onde se possa realizar. Desta vez, sem a necessidade de serem ao ar livre, mas com a condição de serem dentro da cidade do Porto. Porque, se é daqui que sai a voz censória, é aqui que, agora, queremos fazer ouvir o nosso grito de liberdade.
Foto: FDP2012