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abortoPTPortugal - UMAR - A recente moção aprovada no Congresso do PSD de cobrar taxas moderadoras às mulheres que abortam pretende apenas culpabilizá-las por um acto que, por decisão própria e segundo a sua consciência tiveram que fazer.


 Regressam os velhos fantasmas de que as mulheres abortam como se fossem beber um copo de água, que reincidem porque querem, quando a taxa de reincidência é apenas de 1%, segundo os dados da Direcção Geral de Saúde.

Nenhuma mulher aborta porque gosta de o fazer. São razões da sua vida pessoal que assim o determinam. Nestes tempos de feroz austeridade que empurra as pessoas para o desemprego, para vidas precárias, para baixos salários, torna-se difícil ter mais filhos/as.

Mas são os senhores responsáveis por toda esta situação e que estão no poder que se aliam aos sectores mais conservadores para culpabilizar as mulheres.

Pretendem fazer um balanço negativo de uma lei que evitou que as mulheres morressem de abortos clandestinos ou ficassem com a saúde arruinada.

Pretendem ofuscar a substancial baixa dos custos no serviço nacional de saúde ocasionados pelas urgências hospitalares e tratamento dos danos de abortos feitos sem segurança e com elevados riscos para a saúde das mulheres.

As posições mais fundamentalistas que estiveram contra a despenalização do aborto atrevem-se mesmo a culpabilizar as mulheres que interrompem uma gravidez pela quebra da taxa de natalidade!

Num país onde quem governa incentiva os/as jovens em idade fértil a emigrarem, onde rareiam os serviços de apoio a crianças a preços acessíveis, onde as mulheres que decidem engravidar são penalizadas em termos de emprego é preciso descaramento para introduzir esta lógica de culpabilização das mulheres.

É preciso afirmar que a proposta de introdução de taxas moderadoras nas interrupções de gravidez, até agora isentas por pertencerem a uma categoria de actos médicos que requerem sigilo e que fazem parte da saúde reprodutiva que também está isenta de taxas, não vai diminuir a incidência ou reincidência de abortos.

Quem faz tal proposta não sabe, não conhece, não viveu as situações angustiantes de quem está determinada a abortar e que o vai fazer, nem que seja de forma clandestina. É isso que nos mostra a história do aborto em Portugal.

O que pode diminuir as taxas de aborto é o acompanhamento regular nos serviços públicos de planeamento familar com meios contraceptivos gratuitos.
Será também o melhoramento das condições de trabalho e de vida e os apoios em serviços públicos para quem quer ter mais filhos, medidas estas que podem ser eficazes no incentivo à natalidade.

Penalizar não resolve, antes pelo contrário, agrava o acesso a uma interrupção de gravidez em condições seguras.

A UMAR – União das Mulheres Alternativa e Resposta manifesta o seu mais veemente repúdio por todas as medidas culpabilizadoras das mulheres que pelas mais diversas razões da sua vida pessoal ou familiar decidem interromper uma gravidez. ABORTO CLANDESTINO NUNCA MAIS! É esta também a nossa palavra de ordem em solidariedade com as mulheres do Estado Espanhol.


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