O já anunciado corte de 600 milhões nas pensões, os cortes verificados nos apoios sociais (Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos, Complemento por Dependência), na Saúde e na Educação, assim como os salários baixos, a elevada taxa efectiva de desemprego, a continuação de uma alta carga fiscal, são elementos preponderantes de uma situação que está para durar.
Situação que empobreceu vários sectores das chamadas classes médias e que lançou os já muito pobres numa ainda maior pobreza. Com a coligação PSD/CDS (mas também com com o PS, o outro partido da troika) um futuro “risonho” parece, assim, esperar o povo português, particularmente as classes trabalhadoras. Mas só apoia esta gente, e só vota neles, quem quer!
Mentira e manipulação
Os membros do governo PSD/CDS, destacando-se aí Passos Coelho, além de continuamente torturarem os números, também procuram torturar as próprias palavras e frases que vão deixando cair. Passados meses, ou apenas dias, afirmam que não disseram o que todos ouviram ou leram, que as frases foram retiradas do contexto, etc.
Quando se ouviu vários membros do governo, precedendo o primeiro-ministro, e depois este em pessoa, aconselharem os portugueses a “saírem da sua zona de conforto” e a emigrarem, é espantoso ver Passos Coelho, recentemente e muito sério, afirmar a pés juntos que nunca tal aconselhara. Perante mais esta grande mentira do primeiro-ministro, não admira já que, numa sessão de encerramento do Fórum Distrital de Autarcas, na Maia, e a caminho das eleições legislativas, Pedro Passos Coelho tenha afirmado que com o PSD novamente no poder “Portugal conhecerá um crescimento e desenvolvimento como não teve em muitos anos”. Mas a primeira grande mentira destes governantes é a afirmação de que estão ao serviço da pátria e do bem comum. Quando estão efectivamente ao serviço do patronato e da exploração das classes trabalhadoras.
Contudo, há uma verdade subjacente às declarações e aos comportamentos dos dirigentes burgueses (não apenas portugueses) e que não podemos escamotear: o sistema capitalista já não é capaz de responder às necessidades essenciais dos trabalhadores e dos povos e, como tal, terá de ser derrubado e substituído por um outro sistema. Sistema de carácter socialista, com os trabalhadores no poder.