"O Ministério da Saúde antecipou a reunião mas, na realidade, não apresentou uma evolução positiva que possamos pensar sequer na possibilidade de suspender a greve", disse a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros e Enfermeiras Portuguesas (SEP) à agência Lusa. Ante a falta de propostas de Paulo Macedo, "resta-nos apelar aos enfermeiros para que amanhã [sexta-feira] demonstrem a sua insatisfação perante esta situação", concluiu Guadalupe Simões.
A greve desta sexta-feira (21) é a segunda greve inserida no protesto dos enfermeiros. A primeira, no passado dia 7, teve 70% de adesão, mesmo que, acusa o SEP, tenha ficado marcada pelo "prepotente e inqualificável comportamento" do ministro ao impor a comparência de todos os enfermeiros escalados em 5 hospitais da região de Lisboa. O Sindicato diz que a decisão procurou "desmontar uma greve que se iria concretizar, fruto do profissionalismo, sensibilidade e responsabilidade dos enfermeiros, sem colocar em causa nenhuma resposta necessária e até acrescida face ao impacto do surto de Legionella na zona da Grande Lisboa".
Desta vez, o Ministério da Saúde aceitou antecipar a reunião com os enfermeiros para antes da greve, mas não trouxe nenhuma proposta concreta que desse resposta às reivindicações das enfermeiras: a reposição das 35 horas semanais, admissão de mais enfermeiros, descongelamento das progressões salariais, reposição dos valores pagos pelas horas de qualidade e extraordinárias, harmonização salarial dos contratos individuais de trabalho, valorização dos enfermeiros especialistas, entre outras.