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071114 doisPortugal - ACP-PI - Nos últimos dias, o Governo tentou instalar mais uma fábula em torno de uma suposta retoma e melhoria da situação.


Aproveitando o lançamento pelo INE das estatísticas trimestrais do desemprego estimado, desfilam ministros a garantir que está tudo no bom caminho, que o desemprego é o mais baixo dos últimos anos e que tudo vai melhorar a partir de agora. Mota Soares, como sempre, é o campeão do descaramento: na semana em que se soube que está a preparar o despedimento de 700 funcionários da Segurança Social, vem dizer que, não só o desemprego cai, mas a precariedade está diminuir. Fala o homem que, entre outras desgraças, está ao leme da política de generalização dos estágios e da instalação sem limites da vergonha dos Contratos Emprego Inserção.

Perante as várias críticas aos festejos hipócritas do Governo, Mota Soares sentiu-se obrigado a responder, inventando uma "tendência consolidada" de diminuição do desemprego e dizendo mesmo que "não são empregos precários". É repugnante como governantes que dirigem uma política de destruição social podem ter ainda coragem para anunciar o contrário do que, por sua responsabilidade, está a ser vivido pelas pessoas. É, no fundo, a repetição, ainda que com menos convicção, da fuga para a frente ensaiada por Passos Coelho em Junho passado, quando afirmou que "não há precariedade, mas estabilidade laboral". Não cola, a realidade é infelizmente bem diferente: desemprego em todas as famílias, biscates em vez de trabalho, estágios e outras artimanhas organizadas pelo Governo para oferecer às empresas e contornar direitos de quem trabalha. Uma estratégia tão óbvia que até deixa gente insuspeita a falar de "cicatrizes" que ficam – ou seja, os resultados e os efeitos do plano de destruição em curso.

Mas o que mais impressiona é que, justamente esta semana, soube-se que este mesmo ministro está a preparar o despedimento de 700 trabalhadores e trabalhadoras da Segurança Social. Despedimentos, comandados por Mota Soares, no momento em que mais precisamos e esperamos destes serviços. Após a denúncia das organizações sindicais, o ministro lá teve de confirmar o plano que estava a preparar. Perante a gravidade da situação, teve ainda a falta de vergonha de lhe chamar "oportunidade". Mas o pior é que, denunciam os sindicatos, ao mesmo tempo que se despedem 700 pessoas, estão a ser recrutadas à força outras através de Contratos Emprego Inserção. Serviços esvaziados, gente afastada do seu trabalho, pessoas em trabalho forçado e gratuito: é este o mundo perfeito de Mota Soares, o mesmo mundo perfeito em que ele acha que pode anunciar que o desemprego desce e a precariedade está a diminuir.

O relatório do INE, apesar das suas limitações metodológicas, não deixa de indicar outras realidades. A CGTP contesta as afirmações do Governo e diz que o desemprego real é de 22,4%, com mais de 1 milhão e 200 mil pessoas sem trabalho, afirmando ainda que os números se devem em parte ao efeito sazonal e ao recurso a contratações precárias. Uma avaliação que é, em grande medida, confirmada pelo jornal Público. É preciso ainda ter em conta as várias formas de mascarar o desemprego, como a suposta "ocupação" de milhares de desempregados em formações. Estas pessoas, como todas estão a ser obrigadas a trabalhar à borla via Contratos Emprego Inserção, não contam para os números do desemprego e fazem a diferença percentual que permite ao Governo festejar sobre a nossa desgraça.

 


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