A multinacional, conhecida por praticar baixos salários, alega que estas pessoas "não correspondem ao perfil" e prepara-se para deixar sem emprego grávidas e lactantes. Os relatos de quem vai ser despedido revelam situações dramáticas.
Sofia Mendonça, directora de recursos humanos da multinacional, alega que estão a ser propostas rescisões por mútuo acordo. No entanto, os relatos das trabalhadoras e dos trabalhadores afectados demonstram a arbitrariedade e gravidade da conduta da empresa, falando em pressões para aceitar rescisões "voluntárias". Grávidas, lactantes e pessoas ainda a recuperar de acidentes de trabalho: é neste universo, composto por pessoas em situação de fragilidade, que a McDonald's pretende operar esta "reestruturação". Adivinha-se a estratégia já habitual, que consiste em descartar quem tem um mínimo de direitos contratuais e substituir por pessoas em situação ainda mais precária.
Demonstramos a nossa total solidariedade com estas pessoas que, perante a ameaça, denunciam corajosamente este abuso e lutam pelos seus postos de trabalho. A McDonald's, como muitas outras multinacionais na área da restauração e do comércio, apesar dos seus lucros milionários, mantêm estratégias de exploração e precarização agressivas, apostando na rotação permanente e nos baixos salários. A confissão das chefias da McDonald's em Portugal, sem problema em admitir que os despedimentos de 50 pessoas visam a sua substituição e não uma quebra nas necessidades de trabalho, é a demonstração da sua forma de actuação habitual e do sentimento de impunidade com que dispõem da vida de milhares de trabalhadores em todo o mundo.