Na terça-feira (21) foi divulgado o documento constituinte da 'Plataforma pela Floresta', que reúne 20 associações ambientalistas e profissionais de arquitetos paisagistas, bombeiros, agricultores ou industriais da floresta, e 15 subscritores em nome individual.
"As florestas portuguesas sofrem ano após ano um nível de incêndios superior a qualquer outro país do Sul da Europa, com intoleráveis perdas humanas e gravíssimos custos sociais, ambientais e económico", afirma o texto da Plataforma, chamando a atenção para o decreto aprovado no ano passado pelo Conselho de Ministros, que "incentiva a perpetuação da situação de descontrolo e desordenamento que existe na floresta portuguesa".
Para os subscritores, a lei que ficou conhecida por "lei do eucalipto livre" "põe em causa a viabilidade de longo prazo de parte significativa do território nacional, optando por incentivar a plantação de espécies de crescimento rápido e, simultaneamente, aumentar a dificuldade da aposta na florestação com espécies autóctones no país, o que incentivará por lei a reconfiguração radical da composição da floresta". Uma situação agravada pelo facto do Eucalyptus globulus, já ocupar hoje 26% do território florestal e 8,9% do território nacional, "sem que tal tivesse sido planificado e, consequentemente, sem que tivessem sido avaliados os impactos dessa alteração na floresta".
Entre os subscritores da Plataforma pela Floresta encontram-se figuras do meio académico como Viriato Soromenho Marques, Helena Freitas, Filipe Duarte Santos, Luísa Schmidt ou Boaventura de Sousa Santos, o ex-presidente do Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade, Tito Rosa, ou o ex-deputado bloquista Francisco Louçã. Nas associações promotoras contam-se, entre outras, a LPN, Oikos, Geota, Quercus, CNA, SPEA, Federação Nacional dos Baldios, Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas, Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, ou a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza.