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Lara Soto

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Letras em Lilás

XL Aniversário do assassinato de Moncho Reboiras...

Lara Soto - Publicado: Quinta, 13 Agosto 2015 01:46

Transcriçom da intervençom no ato de homenagem organizado pola 'Comissom Moncho Reboiras' em Ferrol, a 12 de agosto de 2015.


Boa tarde, companheiras e companheiros,

Som muitas as caraterísticas da personalidade e da trajetória de Moncho Reboiras que todos os anos som sublinhadas nas numerosas homenagens que tenhem sido feitas aqui, no mesmo lugar onde um jovem trabalhador e militante independentista foi assassinado pola polícia franquista.

Pola minha parte, nesta ocasiom e em nome da Comissom Moncho Reboiras que convoca este ato, gostava de reivindicar três aspetos em que acho que coincidiremos todas e todos como militantes ou simpatizantes da esquerda independentista galega.

Os três aspetos tenhem relaçom com umha caraterística dominante na intervençom política nos nossos dias, quando a crise do sistema capitalista coincide com a crise da esquerda e dos movimentos emancipatórios de que todas e todos nós fazemos parte.

Os dous primeiros aspetos tenhem a ver com a tendência a fragmentar e relegar aspetos da luita ou da intervençom social.

Na atual crise capitalista, temos visto surgir no nosso país umha tendência crescente a, supostamente, priorizar o que costuma chamar-se “questom social”, frente ao que se denomina “questom nacional”.

Segundo essa visom, nom é o momento de reivindicar os direitos nacionais ou, polo menos, nom pode fazer-se a partir do sujeito político galego: ou porque o nosso povo nom é capaz de defender esses direitos, ou porque se consideram secundários em relaçom aos graves problemas socioeconómicos que cada vez mais setores do nosso povo padecem.

A segunda visom seria a contrária, a que analisa a questom nacional como única e separada do seu conteúdo social, em nome de umha transversalidade que neutralizaria as diferenças de classe no seio do que abstratamente se costuma definir como “povo galego”. Um povo galego onde entrariam desde Amancio Ortega até a última das trabalhadoras das suas fábricas. Nessa conceçom, o importante é criar espaços de confluência “galegos” que, por exemplo, nos representem institucionalmente em Madrid a todos e a todas.

Pola minha parte, acho que Moncho Reboiras sintetiza bem a superaçom que historicamente se deu nos setores mais lúcidos do nosso povo, quando se optou por ir além do galeguismo puramente inteletual ou elitista, de que ontem nos falou o Eliseo no debate do Ateneu, assumindo ao mesmo tempo a centralidade absoluta do povo galego como sujeito político.

Nos tempos de Reboiras, o PCE representava o desprezo polos direitos nacionais, considerando que na derrota do franquismo nom havia lugar a diferenciar o que eles chamam “disputas territoriais”. O prioritário era unir a esquerda para acabar com o franquismo e depois disso já se falaria do resto.

No outro extremo, alguns galeguistas do chamado pinheirismo apostavam nas práticas culturais desligadas do compromisso social imediato.

A geraçom de Reboiras, que ele tam bem representa, supujo a superaçom dessa falsa dicotomia: Era necessário luitar contra o franquismo e pola libertaçom da classe trabalhadora, mas isso na Galiza só podia fazer-se de maneira coerente e efetiva a partir do único sujeito possível da nossa emancipaçom: o povo trabalhador galego.

O nosso desafio é hoje evitar que aquele trabalho de construçom nacional e social, verificável nom só nas organizaçons de todo o tipo criadas com critérios de auto-organizaçom, mas também no aumento da consciência nacional desde os anos 70 até hoje, se perdam ou se diluam em fórmulas abstratamente cidadanistas e concretamente espanholizadoras.

Nom haverá saída da crise sem protagonismo popular centrado no próprio país. A reclamaçom de soberania nom serve só para os progres de Madrid frente a Bruxelas: é sobretodo umha necessidade para as trabalhadoras e trabalhadores da Galiza frente a Espanha e a Uniom Europeia, e no nosso país tem um nome: Independência.

A esses dous polos inseparáveis, o nacional e o social, devemos acrescentar um terceiro, que historicamente tem sido relegado pola maioria de movimentos transformadores, apesar de ser a mais antiga expressom da opressom social no interior das sociedades humanas: a opressom patriarcal.

Com essas três componentes, a esquerda independentista galega armou nas últimas décadas um programa de transformaçom social que continua vigente. Frente às visons fragmentadoras ou abertamente discriminatórias, nós afirmamos que a unidade desses três princípios mantém plena vigência e consideramos Moncho Reboiras um dos principais valedores desse projeto histórico e de futuro.

É para reivindicar a sua vigência que nos reunimos aqui cada ano, reafirmando que nem as balas da repressom fascista nem a violência institucionalizada até hoje nas suas mais diversas formas poderám connosco.

Porque Moncho Reboiras deixou semente: Semente de vencer!

Viva Moncho Reboiras!
Viva Galiza ceive, socialista e nom patriarcal!


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