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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Grécia

Andoni Baserrigorri - Publicado: Domingo, 25 Janeiro 2015 15:18

Um fantasma percorre a Europa. Ou talvez se trate de um fantasmom. O reformismo anticomunista, ufano, orgulhoso, prepotente e elitista tenta dar um golpe de efeito na Grécia para, do seu altar sagrado do poder, lembrar à classe operária e aos povos oprimidos que nom há nada que poda ser feito. Que ou reformismo e gestom do capitalismo com certa visom social, ou neoliberalismo. Reforma ou neoliberalismo. A revoluçom de que Rosa Luxemburgo nos falou fica descartada.


Syriza, uma estranha mistura política onde se reúnem os restos do maoísmo, do troskysmo, setores ecologistas, social-democratas e "pessoas chiques" de muito diferentes procedências, já se dispom sem ambages a assaltar o poder e gerir a Grécia. Nada tem que temer o sistema capitalista nem a NATO, nem a Uniom Europeia, nem os mercados. Trata-se de retirar a direita do poder uns aninhos e porem-se eles, que já assegurárom que nom tocarám um só dos esteios básicos do sistema capitalista.

Esquerda radical? Que é hoje em dia o radicalismo? Para a extrema-direita europeia e segundo os seus principais lideres, esquerda radical pode ser Podemos, Syriza e movimentos políticos de semelhante teor. Operaçom dialética perfeita, porque o que fica à esquerda desses grupos é simplesmente terrorismo.

Terrorismo é todo aquilo que questionar o sistema capitalista e por isso todos e todas aqueles que noutrora questionavam o sistema capitalista, hoje se vestem de camaleom, refundam-se, mudam de siglas, de look, de alfaiate... para aparecerem nas televisons como pessoas respeitáveis, sem dizerem nem uma palavra contra a democracia burguesa, esse engano que criárom as oligarquias para fazerem julgar aos setores populares que decidíamos o futuro de nossos países; nem contra um sistema económico que já, enlouquecido, avança sem complexos para um neo esclavagismo descarnado que permite que o que noutrora eram classes médias, hoje sejam setores depauperados e que para ver crianças desnutridas já nom seja preciso viajar a outros continentes. Temo-las nas nossas ruas e bairros, vemos a pobreza e o desespero em pessoas que ainda por cima se refugiam na Liga de futebol profissional ou Belén Esteban, ou Kiko. Energia? Há de mais, mas se as pessoas andam à pancada hoje em dia é por defender este ou aquele clube de futbol ou algumha figurinha mediática.

Syriza representa a desvergonha em estado puro. Eles mesmos figérom-se chamar "esquerda radical", mas eles mesmos som os que apoiam o sindicalismo mais amarelo da Europa, agrupando-se na Confederaçom Europeia de Sindicatos, CES. Som os seus sindicatos, os sindicatos amigos da Syriza, que falam abertamente de conciliaçom de classes. É ou nom desvergonha o deste pessoal?

Para que vamos mencionar à UE ou a NATO, quando Syriza nom questiona nem umha nem outra. Repetimos a pergunta, É ou nom desvergonha o deste pessoal?

Syriza, tal como o social-democrata PASOK, reconhece a dívida. Entom farám pagar ao povo grego uma dívida que nom gerou. As oligarquias geram dívidas, os povos pagam-nas. Será que isto nom é desvergonha?

Em definitivo, Syriza é o partido que mais bem representa aquilo que foi criado polo sistema capitalista e que se chamou "classe média" e que é o que hoje trata de destruir. As classes médias rebelam-se nas urnas e as rebelions nas urnas tenhem pouco percurso. Igual que aquele "Rebela-te" da "Izquierda Unida" na Andaluzia, que acabou formando governo com o PSOE e praticando cortes sociais.

Quando se renuncia à luita de classes, integrando-se no sistema burguês-capitalista tanto no económico como no político, evita-se a palavra revoluçom ou simplesmente é prostituída com apelidos como revoluçom cidadá ou asneiras do género, quando se renuncia aos métodos leninistas de organizaçom partidária, quando se evita o marxismo com desculpas variopintas, quando em definitivo nom se propom uma mudança revolucionária que leve os povos ao socialismo e ao comunismo, na realidade por muita batucada que se toque e muita operaçom mediatico-propagandistica que se faga, passa-se a ser outro pé do sistema opressivo mas cruel que a humanidade conheceu nos últimos anos: o capitalismo monopolista na sua fase imperialista.

Que há comunistas participando da Syriza, Podemos e outros inventos similares? O problema em todo o caso é desses comunistas, que nom de Podemos nem de Syriza, porque estes movimentos já falárom claro e dixérom bem claro que som por um programa social-democrata que nom é rupturista nem transformador, entendendo o transformador como as grandes transformaçons que se levárom a cabo em muitos países ao calor da Revoluçom de Outubro. Cousa diferente foi que essa primeira tentativa nom tenha sido bem-sucedida, mas mesmo assim, os melhores anos de muitos países fôrom com o socialismo. Perguntem senom no Afeganistám ou olhem os inquéritos em todos os países ex socialistas da Europa e verám que as pessoas, simplesmente, sentem falta do socialismo.

Dormem tranquilos esses comunistas que apoiam a Syriza e similares, sabendo o que apoiam? Boa pergunta. Embora digam que quando uma pessoa empreende o caminho da traiçom a ela própria e ao que pregou e proclamou, é consciente da sua desvergonha e fai-no de maneira meditada, sabendo o que fai, o qual nom lhe cria problemas de sono.

Estamos ante uma nova oportunidade para a Europa dim-nos alguns. Oportunidade para que? Neste cenário que Syriza propicia, a única oportunidade é para a Europa do capital que vê como uma vez mais a social-democracia colabora em momentos complicados para salvar os móveis. Num momento em que as luitas de libertaçom nacional e anticapitalistas deveriam ver uma recuperaçom e tomar a iniciativa para tratar de tomar o céu por assalto, parece que a alguns lhes entra o pânico cénico e recuam de maneira vergonhosa.

A única esperança para o povo grego é o representado polo KKE, o partido comunista. E para a Europa e para os seus povos e naçons oprimidas, a luita sem trégua e conseqüente das pessoas e povos pola libertaçom nacional e de classe. Todo o resto som parvoíces.


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