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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

A essência violenta do Estado espanhol

Andoni Baserrigorri - Publicado: Terça, 28 Janeiro 2014 23:55

Dizia há uns dias um companheiro madrileno que desde que começou o governo do PP, as quotas de violência atingidas polo estado na repressom das manifestaçons e movimentos sociais era desconhecida nos últimos anos. Nada mais longe da realidade.


O caráter e a essência do Estado espanhol é a violência. O atual Estado sobejamente conhecido é herdeiro direto da ditadura do general Franco, que também nom é preciso recordar os níveis de violência que atingiu, quer para se impor, quer para se manter.

A leitura do livro de Grimaldos referido à denominada transiçom diz com clareza que o Estado nom renunciou à sua essência violenta para conseguir que a base ideológica do franquismo (unidade da denominada por eles naçom espanhola a qualquer custo e anticomunismo radical baseado no nacional-catolicismo integrista) mantivesse intata e nom tivesse qualquer possibilidade de atingir nem autodeterminaçom das naçons oprimidas polo Estado, nem fosse mudado poder económico da grande burguesia.

A mudança de face do regime foi atingida em torno a dous eixos. De umha parte o amansamento da esquerda revolucionária, que véu ao rego, e doutro lado o uso sistemático da violência tanto em manifestaçons como na repressom daqueles movimentos e partidos que "nom vinhérom ao rego".

Assassinatos como os dos cinco advogados de Atocha, Iolanda González, os cinco operários de Gasteiz e mais assassinados polos guerrilheiros de Cristo Rey e uns grupos parapoliciais, para além de tantas pessoas que fôrom mortas a maos das FOP naqueles anos e que, como já comentamos, relata Grimaldos no seu excelente livro, dam fé da utilizaçom da violência por parte do Estado como ferramenta política, assim é demonstrado.

Sim, também é certo que durante umha longa série de anos, que poderíamos situar como início da primeira legislatura do PSOE até há dous anos, o nível de violência do Estado baixou consideravelmente nas ruas do Estado espanhol, exceto em Hego Euskal Herria basicamente. Mas o Estado espanhol nom abandonara a sua vocaçom violenta.

Desceu a violência do Estado do mesmo jeito que a esquerda revolucionária estatal sumiu quase por completo e como esquerda apenas ficou um PSOE centrado em se enriquecer e fazer genuflexons ao imperialismo do qual foi financiado e que o ergueu até o poder; e um PCE-IU que abandonou qualquer sonho revolucionário e apenas procurava umha parte da torta, tentando governar nalgumha autonomia ou Cámara Municipal.

Com certeza, e logicamente, se nom há esquerda revolucionária que reprimir, nom é preciso desenvolver qualquer medida repressiva nem excessiva violência. Umha porrada a cada pouco para algum esquerdista que saia da fileira e ponto.

Mas aí estava a violência estatal como ferramenta de açom para impor seus critérios. Nom governava o PP, governava o PSOE, mas apareceu o GAL.

Nom governava o PP, governava o PSOE, e todos os informes anuais falavam da presença sistemática da tortura contra a maioria das pessoas presas no País Basco.

Nom governava o PP, mas com o PSOE continuavam a existir agressons constantes nas manifestaçons da esquerda independentista basca. Mas com o PSOE e o PNB de acordo apareceu a dispersom dos e das presas políticas.

Governando o PSOE e nom o PP a contestaçom aos movimentos operários por culpa da reconversom industrial foi tremenda, no País Basco, mas também em Ferrol, Cádis e muitos lugares mais. A reconversom industrial foi imposta polo Estado através da violência e foi desenvolvida polo PSOE.

O Estado espanhol, da mao do PSOE, incorporou-se à NATO, organizaçom terrorista que se envolveu na primeira guerra de rapina imperialista após a queda do campo socialista, no Iraque. A resposta aos protestos sempre foi violenta.

Euskal Herria, como já dixemos em mais de umha ocasiom, foi um laboratório repressivo, onde o estado usou a violência até limites extraordinários, perante o silêncio cúmplice de boa parte da esquerda estatal e do sindicalismo. Jamais nem CCOO, nem IU nem PCE, com Anguita e outros, dixérom algo perante esta violência despregada polo Estado espanhol para dar por finalizadas as ánsias de libertaçom bascas.

O ocorrido de dous anos até hoje nom é novo pois. Nom tem razom o meu estimado amigo e companheiro. A violência estivo presente sempre no agir de um Estado, o espanhol, que nasceu da violência, cresceu na violência e nom possui qualquer vocaçom de deixar de praticá-la.

E nom é o PP que começou com estas dinámicas, o atual PP, ao menos. O PSOE usou-na sempre que foi preciso, assim como a UCD. Nom é o PP violento, é o Estado espanhol o violento, o PP é um mero gestor dessa violência como faria o PSOE ou qualquer um partido que aceda ao governo para governar e nom transformar.

O que tenhem de esperar o conjunto dos povos e classe operária que temos a desgraça de viver dentro da pele de touro "a qualquer preço" é mais violência ou resignaçom. Pensar que Santa Teresa vai arranjar isto ou dar umha pancada na mesa como fijo vizinhança de Burgos.

No cenário de crise sistémica, brutal, de identidade e falta de valores e também económica, o Estado espanhol está a ser rearmado porque sabe que a paciência nom é infinita e o povo vai sair à rua, mais ainda do que já saiu até agora. Há um ano, em Valência, os cenários de violência policial punham os cabelos em pé, após Barcelona, Madrid, contra todos setores que ousavam sair à rua, contra os mineiros, mestres ou bombeiros se preciso.

Os anos de laboratório basco finalizárom. O que vai fazer o Estado é levar os seus conhecimentos repressivos ao conjunto do Estado espanhol e do mesmo jeito que durante 20 anos aqui continuou a ser olhada com certeza a violência de Estado com toda a crueza. Já anunciara Rajoi que nom vai permitir nem referendo nem independência da Catalunha. Apenas lhe faltou dizer que o faria através da coaçom e da violência se fosse preciso. Império da lei denominam a essa lógica.

A soberania dos povos nom vam permití-la porque este Estado é filho direto do franquismo e nom vem isso nos seus gens. Também nom vam permitir que os povos progridam nas suas aspiraçons sociais. Polas mesmas razons. Um filho do franquismo é franquista.

Vai ser mais do que necessário que a esquerda revolucionária do Estado aprenda das medidas repressivas desenvolvidas na Euskal Herria para poder afrontá-los. Vai ser mais necessário do que nunca exercício do internacionalismo para que os povos possamos ser livres. E vai ser mais necessário do que nunca a clareza ideológica e desmascarar as vedettas da esquerda que neste cenário desde seus púlpitos televisivos tentam enganar umha povo que nom pode mais. O diabo, para enganar, menta as sagradas escrituras, nisso andam alguns "anticapitalistas".

E, sobretodo, vai ser mais necessário do que nunca que todos e todas, naçons subjugadas, povos oprimidos e explorados tomemos consciência da essência violenta do Estado. É nesse cenário que é preciso jogar a partida nos próximos anos, num campo onde o rival vai usar a violência até níveis insuspeitos.


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