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Laerte Braga

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Livre expressão

Que morram logo!

Laerte Braga - Publicado: Sábado, 26 Janeiro 2013 00:58

O ministro das Finanças do Japão, Shinzo Abe, disse a jornalistas esperar que os "os idosos doentes morram logo para poupar o Estado". Como de praxe, ao perceber o que havia dito, foi se explicar e como sempre acontece, a emenda saiu pior que o soneto.


É simples entender o que o ministro quis dizer e se estende a todos os países capitalistas do mundo. O ser humano trabalhador vale enquanto é capaz de produzir e enriquecer os donos. Quando se transforma num ser “improdutivo” no modo de produção capitalista passa a não valer nada.

A opinião do ministro japonês não é diferente da opinião da primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel e nem de nenhum dos principais líderes do capitalismo mundial, sejam eles governantes, ou os reais acionistas do que Abe chama de “Estado”. Banqueiros, grandes empresários e latifundiários. E hoje líderes religiosos empenhados em destruir todo e qualquer vestígio de cultura negra ou indígena, por exemplo, em qualquer canto onde possam abrir seus templos.

Afirmar que a escravidão inexiste, é desconhecer a natureza do capitalismo. Trabalho remunerado – salário – não significa nenhum tipo de liberdade ou conquista de trabalhadores. O capitalismo tem o prodigioso dom de transformar a escravidão em espetáculo, seja de “fé”, seja de consumo e os principais templos são os shoppings.

Alceu Valença enxergou essa característica há vários anos ao musicar versos de Ascenso Ferreira, poeta nordestino,  em VOU DANADO PARA CATENDE. As coisas por aqui andam muito depressa. “Os dedos da moça datilografando”.., “O céu é vermelho...”

A pressa, como a temos, é capitalista. Ou como dizia Millôr Fernandes – “a televisão tirou a cadeira da porta das casas”.

A pressa, como a temos, é escravagista. Como é fugaz na veleidade da mídia em mentir e forjar uma realidade que não existe. Todo o território norte-americano está coberto de cartazes sobre armas. “A filha do presidente é defendida por armas”. Faz parte da campanha de defesa dos massacres constantes em escolas, escritórios, etc, reação às medidas de Obama para dificultar a compra de armas.

O culto à barbárie. A defesa dos imensos campos de golpe por onde passeiam os carros dos Bush e outros tantos.

Na prática, os velhos ritos de sacrifício dos sacerdotes – que Darcy Ribeiro chamava de “os mais inteligentes” – de entregar virgens aos deuses. Basta um pedido protocolar de desculpas após o rio de sangue de mercenários armados e financiados pelo capitalismo na Síria, ou a velha desculpa de “democracia e liberdade” no terror nazi-sionista. “Cinturão bíblico” não cicatrizado da Guerra da Secessão, o modo de manter os escravos ordenados e pacientes enquanto capazes de produzir. Seja à frente de uma tevê, seja mesmo de um computador na busca do relacionamento perfeito.

Olhar a Grécia, a Espanha, compreender que no ano de 2012 milhões de empregos sumiram. Como aviões que levantam voo com assentos vazios. Aqueles assentos não voltam mais. A sociedade das máquinas prevista de forma magistral por Charles Chaplin. A colher anda depressa demais.

Há um fenômeno em curso no Brasil. A crescente despartidarização. Partido significa a grosso modo parte do todo. Marchamos para o nada na presunção que assim se sobrevive a uma realidade da qual “não há como fugir”.

A rigor não existe diferença entre PT e PSDB no processo de transformação do Brasil em entreposto do capitalismo. E muito menos entre a “ambientalista” Marina da Silva e eles, os dois partidos. Dilma Rousseff foi o parto tecnocrata gerado por Lula. A reação de setores das elites é mera disputa pelo poder, pela chave do cofre e a caneta que nomeia.

Internem, obrigatoriamente, todos os viciados em crack. Se existe ou não uma estrutura para resolver o problema é outra história, não tem a menor importância, afinal não produzem e não poupam o Estado.

Se desdobrarmos essa decisão será fácil perceber o sentido do caos da saúde pública e da educação. Do desmanche dos serviços públicos.

Por mais absurdo que possa parecer ou soar, é de Roberto Freire que o primeiro passo no Brasil é “desprivatizar o Estado brasileiro”. Era um dos motes de sua campanha presidencial em 1989.

Hoje faz parte do grupo que defende o “que morram logo”.

Quando o general Douglas MaCarthur defendeu e fez a reforma agrária no Japão os narizes sensíveis de Washington se retorceram e Truman, o presidente, passou a chamá-lo de “sua majestade”.

Em momento algum o general imaginou “socialismo” para o Japão. Estava apenas lançando as bases de um capitalismo estúpido e brutal que prevalece nos dias de hoje e mantém intocada a escravidão.

O que varia são as formas de escravidão. No Brasil pode ser o Big Brother, o JORNAL NACIONAL, as manchetes estampadas nos jornais dependurados nas bancas a sugerir o caos permanente e a necessidade de manter os antolhos, como a ilusão que Marina da Silva ou qualquer outro dentre os que detêm o poder conseguirão escapar dos banqueiros, dos grandes empresários e dos latifundiários.

Somos cada dia mais a sociedade do “morra logo”, uma das formas de lucro do capitalismo. Só isso. Como de resto o Japão, a Grécia, a Espanha etc.

E viva o rei da Espanha, o tal do “por que não te calas”, o que caça búfalos a cinco mil dólares por cabeça e é glorificado por EL PAÍS. O que publicou fotos falsas de Chávez entubado. A farsa, que ali foi via foto, perpassou toda a mídia de mercado dos países capitalistas, notadamente na América Latina. No Brasil então, a GLOBO deitou e rolou na mentira de sempre.


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