1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)
Andoni Baserrigorri

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Feijoada no ponto

Fascismo como problema espanhol

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quinta, 23 Agosto 2012 21:07

Cada certo tempo, obsequiam-nos com um inquérito em que se tenta investigar arredor de qual é a principal preocupaçom das e dos cidadáns do Estado espanhol. Estado espanhol em que nos toca estar "manu militari" a basc@s, galeg@s e cataláns e outros povos, aos quais, simplesmente, nom nos é permitido escolher.


De costume era ter o terrorismo como principal preocupaçom das pessoas às quais se realizava dito inquérito, cousa de sumo agrado para os que geriam a denominada cadeia dos povos que é Espanha. Essa preocupaçom oferecia argumentos e via livre para poder despregar o seu aparelho repressivo em prol de seguir esmagando as ánsias de liberdade dos povos catalám, basco e galego.

Invocando a luita contra o "terrorismo" cortárom liberdades, violárom direitos a nossos povos, além de nos estreitarem a cadeia com que nos atam e, em definitivo, obrigárom-nos a ser cidadás e cidadaos espanhois. Somos espanhóis porque sim e porque assim o di a constituiçom espanhola e, quem dixer outra cousa, é um intolerante, um antidemocrata e, por acaso, um terrorista.

Som mais algumhas as preocupaçons que parecem ter os e as cidadás às quais se realizou dito inquérito recentemente, e é que a crise capitalista aperta, os bancos expropriam, o empresário despede e, enfim... nem a bandeira espanhola nem o tourinho de Osborne dam de comer todos os dias nem pagam as despesas da habitaçom. O desemprego passou a ser a primeira preocupaçom dumha cidadania que segue a acreditar ser ponta de lança na Europa, graças aos golos da "roja". O Estado espanhol afunde como projecto e a cançom essa de "yo soy españó, españó, españó", ressoa, a cada vez, com menos entusiasmo. Diante das oficinas do INEM ou olhando a esquálida conta bancária.

Mas continuamos pendentes dumha reaçom encaminhada à soluçom definitiva deste estado de cousas que nos trouxo o capitalismo espanhol, imposto violentamente em 1936 e afiançado e consagrado com a constituiçom de 1978, a qual nos deixa lugar a dúvidas... se pom em perigo a unidade de espanha ou a ordem "democrática" (ler capitalista), para isso está o exército.

E isto nom é fascismo puro e duro? De que jeito definimos, pois, o fascismo? E o fascismo é apenas os cabeças rapadas-futeboleiros e os bufons falangistas que desfilam em novembro polas ruas das cidades evocando José Antonio e Franco?

Quando o fascismo foi um dos principáis problemas a preocuparem as e os espanhóis? Apareceu sequer nos inquéritos?

Espanha criou o Batalhom basco-espanhol e os GAL e isso era fascismo, apesar de a gente nom ligar importáncia, nem achar preocupante, e até importantes setores da sociedade espanhola ainda dérom pábulo. Umha má gripe que teria de passar, dixérom alguns... Quanta gente nom aplaudiu Vera e Barrionuevo às portas da cadeia?

Nom é por acaso que ainda hoje as ruas das cidades espanholas estejam cheias de placas e monumentos franquistas e fascistas? Qual é a Cámara Municipal governada polos partidos "do sistema" que levou a sério e deixou limpa sua cidade desse insulto à memória histórica?

Que atitude há face as e os imigrantes? Já há 20 anos do assassinato da Lucrécia, aquela jovem dominicana em Madrid, um ultra-sur e um guarda civil. Em 20 anos, progrediu-se algo ou fomos para trás?

Nom se segue a desprezar catalans, galegos e bascos polo facto de aspirarmos à soberania? Temos de ser espanholas e espanhóis de jeito obrigatório? polos vistos sim.

Existe qualquer um partido político no ámbito espanhol que reconheça o direito de nossas naçons à independência e que atinja resultados significativos? Nom. Já que para atingir ditos resultados umha das condiçons é anunciar "mao dura" contra o separatismo.

Exceto certos coletivos, que oferecem liçons de coragem e combatividade, como os mineiros astures recentemente, os jornaleiros andaluzes do SAT, a populaçom espanhola em geral, nom só nom é antifascista, como tem uns preocupantes comportamentos e opinions muito próximas do fascismo. As sedes de Falange estám tranaquilas e os grupos ultras deambulam polas ruas e estádios espanhóis perante a indiferença geral.

O Estado espanhol tem um problema muito sério de fascismo, que começa em 1936 com umha sublevaçom cruel e que finalizou em rios de sangue. O melhor da sociedade espanhola foi morta a cuitelo em milhares de execuçons sumaríssimas. Fôrom feitas polos pais ideológicos do PP, que nom é mais que um filho travestido de Falange. Quem nom foi executado tivo como destino a cadeia e o exílio. O fascismo nom ganhou a guerra para a perder numha transiçom em que tinham todas as cartas ganhadoras. Impugérom suas condiçons, o campo de jogo e as normas. Tinham, além disso, o apoio do "franquismo sociológico", esse espanholito médio que nom queria saber de política, trabalhava 12 horas e calava. Apenas falava para defender a unidade de Espanha.

Desta situaçom, vem a direita agora. O futuro que temos por diante é terrível. Com umha crise capitalista tremenda, que vai condenar-nos à miséria, ao desemprego e a umhas condiçons de vida inferiores às de 1970, o pior é que estamos desarmados.

Perdeu-se a cultura de luita, perdeu-se a consciência de classe e o que é pior, quem tem consciência de luita, é para luitar por esta Espanha neoliberal e quem possui consciência de classe, é de classe média que apenas quer volver a situaçom de há 8 anos. Impossível, o capitalismo já deu sua última palavra e esta é a de volver à escravitude.

Todas estas situaçons se denomina em seu conjunto fascismo. É assim que a populaçom deste estado deu apoio a GALes, intervençons militares, ilegalizaçons e até há 4 dias atuaçons repressivas policiais contra trabalhadoras e trabalhadores que luitavam polos seus direitos. Hoje todas e todos temos nosso futuro em perigo e mais dum, enquanto é espancado por um polizia fai a seguinte questom... Qual é o motivo? Se eu som um bom espanhol, se som democrata, se apenas figem um protesto... Pois, espancarom-te, por isso, por fazer um protesto.

Ocorre que enquanto defendias umha denominada "democracia" estavas a defender um fascismo encoberto que alguns já levam padecendo 30 anos.

Perante isto, os povos apenas temos umha saida, a independência. Nom podemos seguir nesta cadeia de povos, porque além disso, sua condiçom penitenciária, o capitalismo espanhol, leva-nos a todas e todos à pior das ruinas. Temos que sair de Espanha, quanto antes melhor.

Se nom o figermos frente ao fascismo espanhol e construirmos a nossa pátria socialista, o nosso destino há de ir ligado inevitavelmente a um Estado que se descompom. Apenas temos umha saída, a independência e o socialismo. Para a Galiza, Països Catalans, Andaluzia, Canárias, Euskal Herria, o tempo corre na nossa contra.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.