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Raphael Tsavkko Garcia

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Defenderei a casa de meu pai

O Cáucaso Norte e a Falência das Ideologias e da Repressão, texto ampliado *

Raphael Tsavkko Garcia - Publicado: Sexta, 11 Fevereiro 2011 20:37

Raphael Tsavkko

Cáucaso Norte, também conhecido como Cáucaso Russo; Nesta região de extrema diversidade étnica convivem as repúblicas da Chechênia, Ingushétia, Daguestão, Karatchaievo-Tcherkássia e Kabardino-Balkária, todas de maioria islâmica, além da Ossétia do Norte, de maioria Cristã Ortodoxa.


A região é historicamente conflituosa, Ossetas e Ingushes já entraram em guerra por questões de fronteira (1991, na esteira do fim da URSS), os chechenos já protagonizaram duas guerras sangrentas com os russos (1994-97 e 1999-2000), o Daguestão vive em constante conflito étnico, mas um novo fator de tensão vem surgindo na região.

Ao longo da história a resistência à ocupação russa se deu estritamente em bases étnico-linguísticas e na história diferenciada e independente desses povos em relação à Rússia, porém, nos últimos anos, e em especial depois do 11 de setembro e da derrota chechena nas duas guerras contra a Rússia, o terrorismo de viés islâmico, Salafista e com suposto apoio da Al Qaeda, vem crescendo de forma assustadora.

Em meio à resistência e guerrilhas chechenas é possível encontrar um enorme contingente de muçulmanos de países do golfo engajados na luta pela criação não mais da República Chechena de Ichkeria, islâmica mas moderada, mas pela criação do Califado do Cáucaso, comprimindo todas as repúblicas islâmicas – ou não – da região..

Ao mesmo tempo em que cresce a repressão contra os ativistas de direitos humanos, crescem também os ataques à "autoridades" Russas ou cooptadas pela Rússia na região. O caso mais notável foi o ataque à bomba que quase tirou a vida do presidente da Ingushétia, Yunus-Bek Yevkurov, em junho de 2009, mas os ataques e assassinatos continuam e são cada vez mais audaciosos.

Até mesmo regiões relativamente calmas - se comparadas à Chechênia, Daguestão e Ingushétia - como a Kabardino-Balkária e Karatchaievo-Therkássia começam a assistir episódios de violência sectária e um significativo crescimento de atividades guerrilheiras e ataques à bomba.

A Chechênia

Desde que assumiu a presidência da República Autônoma da Chechênia (em 2007), indicado por Putin que havia abolido qualquer tipo de eleição para a presidência de repúblicas autônomas, Ramzan Kadyrov vem patrocinando uma escalada de violência sem precedentes na região. Inegavelmente este homem é um dos maiores responsáveis pelo completo descontrole na região. Ramzan Kadyrov é um ex-rebelde que traiu a causa nacionalista e assumiu a presidência após o assassinato de seu pai, presidente da Chachênia na época.

Akhmat Kadyrov, pai de Ramzan Kadyrov, foi o Mufti da República Chechena de Ichkeria, durante os anos noventa e até pouco antes da Segunda Guerra Chechena, quando então resolveu mudar de lado e apoiar o governo russo contra seus conterrâneos chechenos até 2003, quando foi empossado como presidente por Putin, em troca de seus favores - delação, tortura, perseguição e mortes.

Kadyrov filho não é muito diferente de seu pai e também é conhecido por sua brutalidade e violência extrema no trato com rebeldes, pseudo-rebeldes e qualquer um que o afronte ou o desagrade, sendo responsável por perseguições, torturas e assassinatos diversos, como os das ativistas dos direitos humanos Natalya Esterminova, Anna Politkovskaya e do advogado Stanislav Markelov.

Um dos episódios mais marcantes da trajetória de Ramzan Kadyrov na presidência Chechena - além do personalismo e brutalidade - foi a encomenda do assassinato de seu ex-guarda-costas, Umar Israilov, que vivia no exílio na Áustria e se dedicava a denunciar seu ex-chefe. Agentes chechenos foram enviados para matá-lo, nada além de uma simples queima de arquivo.

A periferia do terror

No Daguestão, junto com o problema das guerrilhas islâmicas temos ainda a questão do conflito interétnico entre as dezenas de minorias que habitam a república que não é, nem de longe, homogênea.

Sob o mesmo teto convivem Ávaros (a frágil maioria), Lezgins, Kumyks, Russos, Laks, Tabasarans, Azeris e mais outras dezenas de grupos minoritários, nenhuma delas tendo uma maioria significativa ou sequer tendo 1 milhão de membros. Além disso é válido notar que estes nunca foram, ao longo da história, melhores amigos. O Daguestão é uma república extremamente artificial que agregou povos díspares sob uma mesma administração repressiva e um número impressionante de forças de segurança.

Em Kabardino-Balkária e Karatchaievo-Therkássia é visível o aumento das ações de grupos islâmicos em regiões antes relativamente calmas. A perseguição à clérigos independentes e a idéia de que todo islâmico é um fanático em potencial - ou seja, a promoção de perseguições, prisões, tortura e assassinados de "elementos perigosos" - acaba por criar, de fato, este inimigo em lugares jamais pensados antes.

A raiz do conflito

Obviamente esta onda de violência e este crescimento do radicalismo islâmico na região não vem de graça, e as razões são várias.

Em primeiro lugar, as sucessivas derrotas (senão o não cumprimento de seus objetivos e de suas reformas) das guerrilhas e da resistência local ao longo dos anos 90.

Mas não só, também o fracasso generalizado dos grupos de orientação marxista ou similar por todo o oriente médio e proximidades (notadamente na luta Palestina, como Fatah, FPLP, FDLP, etc). Junto a isso, o fracasso dos regimes "pan-arabistas" ao longo dos anos 60-80 que culminaram com o surgimento e crescimento de grupos de caráter islâmico militante, como Hizbollah, Hamas e o crescimento acelerado e proeminência da Irmandade Muçulmana até, enfim, Talibã e Al Qaeda.

Ou seja, a ideia de guerrilha com viés de esquerda, majoritariamente laica, não funcionou, ou ao menos esta é a visão corrente e propagada. A isso, devemos somar as derrotas na própria região dos movimentos nacionalistas, e temos um quadro amplo. Se a ideologia fracassou, como voltar a agregar, a unir esforços em prol da independência?

Em segundo lugar, cito Txente Rekondo, do Gabinete Basco de Análises Internacionais (GAIN), publicado por Rebelion.org em 2009, que culpa "o desemprego, a corrupção, a brutalidade policial, todos eles temperados com grandes doses de impunidade, os importantes bolsões de refugiados e deslocados são alguns dos fatores locais que fornecem altas doses de desestabilização à situação".

Juntando estes dois elementos, a falência da ideologia dominante nos anos 60-80 e o aumento da repressão em conjunto com problemas estruturais e também advindos dos anos de conflito - em parte pela própria ineficiência dos movimentos nacionalistas -, temos o campo perfeito para a disseminação de uma ideologia extremista que deturpa os ensinamentos islâmicos e os utiliza como arma de ódio para a criação não mais de uma república baseada no componente étnico local, mas na religião, na supremacia.

Menos democracia, mais repressão

Escrevi há algum tempo, mas permanece atual:

"A receita do Kremlin de menos democracia e mais repressão vem demonstrando ser catastrófica. A imposição de Kadyrov ao povo Checheno, um notório traidor do povo, e de Yevkurov na Ingushétia, um general Russo (ainda que ele próprio Ingushe e no lugar de um carniceiro odiado) não ajudaram a conquistar a população local, muito pelo contrário, só reafirmou que o Kremlin, em consequência, Putin e Medvedev, não tem qualquer compromisso com a democracia e não respeita o direito de escolha das minorias.

Não só isto é uma verdade, como ficou irrefutavelmente comprovada com a nova política educacional russa de acabar com a autonomia das repúblicas no ensino de suas línguas, cultura e história. Agora, apenas o Russo será usado e qualquer resquício de cultura tradicional das minorias será vetado.

Se juntarmos o fracasso da guerrilha tradicional, o crescimento da solidariedade e da influência dos movimentos islâmicos pelo mundo afora, a imposição e brutalidade Russas, a supressão de qualquer direito, seja educacional, seja cultura, para as minorias e, por fim, a violência com que são recebidos os ativistas de direitos humanos no país, tornam o Cáucaso uma região prestes a explodir ou, na verdade, já explosiva e incontrolável, por maiores que sejam os esforços russos e, como se sabe, são esforços mal direcionados, desesperados e burros."

A Internacionalização do Terrorismo

Em uma análise ainda mais profunda, caberia ainda uma terceira razão ou elemento, este absolutamente moderno e reflexo da Guerra ao Terror criada pelos EUA e da globalização dos grupos terroristas com o objetivo de internacionalizar a luta e angariar maior apoio, melhorar a logística e conseguir maior visibilidade.

Com o surgimento da Al Qaeda e de grupos de caráter islâmico, a solidariedade e alcance entre eles cresceu de forma assustadora; Se até o começo dos anos 90 mal se ouvia falar em "terrorismo islâmico" - ainda que por vezes o termo seja absolutamente mal empregado, usado como arma de propaganda - hoje em dia é basicamente tudo que se houve.

Para além do perigo real do fanatismo religioso - que não é exclusividade islâmica - existe uma enorme máquina de propaganda por trás, controlada notadamente por Israel e pelos EUA. Em muitos casos torna-se difícil definir o que é exatamente o terrorismo islâmico e quando um determinado ataque se trata efetivamente disto.

A internacionalização do que se convencionou chamar de terrorismo não é nova. Já nos anos 60 a ETA, a Fração Exército Vermelho (Baader-Meinhof) e outros grupos treinavam lado-a-lado com grupos Palestinos e deles recebiam financiamento (notadamente da FPLP de George Habash). Guerrilheiros brasileiros treinavam em Cuba e assim por diante.

O Mito do "Terrorismo Islâmico"

O que parece novo é a suposta centralidade ideológica ou de ação na Al Qaeda. Até onde isto é verdade não se sabe, mas as agências de inteligência costumam ligar a Al Qaeda a quase todo tipo de ação coordenada islâmica.

A mera presença de elementos Árabes lutando junto à guerrilha islâmica chechena foi suficiente para que a máquina de propaganda russa logo anunciasse que a Al Qaeda estava presente e que a resposta deveria ser à altura, logo, sangrenta. Até onde existe esta influência não se sabe.

É sempre bom notar, porém, que ha alguns anos, o cientista político Robert Pape analisou - através das biografias e de entrevistas com familiares dos suicidas -, entre 1982 e 1986, 38 dos 41 "terroristas" suicidas do Hizbollah, logo de um dos bastiões do que chamam de terrorismo islâmico.

O senso comum diria que foram todos ataques cometidos por "militantes islâmicos" quando, na verdade, apenas 8 eram efetivamente "fundamentalistas" islâmicos; 27 eram de grupos de Esquerda (logo, não poderiam ser encarados como militantes islâmicos) e 3 eram cristãos.

Ou seja, muitas vezes o que se trata por "terrorismo islâmico" é uma deturpação completa da verdade. Assim como a ideia de que absolutamente tudo é ação da Al Qaeda e de supostas ramificações.

Não se tem por objetivo aqui dizer que o islamismo militante não tenha seu papel e não faça parte do ideário de muitos grupos, mas desmontar a idéia de que todos os grupos agem supostamente sob o comando divino de uma obscura organização chamada Al Qaeda que, obviamente, serve aos propósitos de Guerra ao Terror dos EUA e aliados.

A guerrilha chechena não é uniforme, assim como a insurgência no Cáucaso. Se por um lado hoje a proeminência está com os islâmicos, o componente étnico/nacional ainda permanece presente, especialmente no ideário da população local.

Atentados

Nos últimos anos foram vários os atentados perpetrados pelas guerrilhas do Cáucaso, em especial a Chechena em aliança com Ingushes ou mesmo com Árabes ou pessoas de outras nacionalidades.

Desde 1995 que praticamente todo ano há um ou mais atentados de pequenas ou grandes proporções. Em junho de 1995, mais de 100 pessoas foram mortas em enfrentamentos entre rebeldes e forças ruassas em um hospital na cidade russa de Budennovsk. Em 1996 uma ação semelhante, em outro hospital, causou a morte de dezenas, junto com a fuga da maior parte dos chechenos.

Um dos mais cinematográficos atentados se deu em 2002, quando 129 reféns foram mortos pela ação desastrada das Forças Especiais russas em um teatro de Moscou. O mesmo desastre se deu novamente em 2004, na famosa crise de reféns da escola de Beslan, na Ossétia do Norte, mais de 330 reféns foram mortos.

Em 2010 Duas mulheres-bomba atacam as estações de metrô de Lubianka e Park Kultury, em Moscou, matando ao menos 39 pessoas.

E os atentados não pararam entre 2003 e 2010 e este mais recente, no aeroporto de Domodedovo (35 mortes até o momento), inaugura a provável série de 2011, sem que a Rússia encontre formas de evitar.

Se por um lado os atentados mais recentes podem ser majoritariamente atibuídos à guerrilha de cunho islâmico, comandadas por Shamil Basayev e Doku Umarov, por outro os atentados mais antigos tinham um caráter muito mais de luta étnica/nacionalista.

Mas, fato, muitos dos objetivos acabam se misturando e, vale lembrar, duas das ações de maior mortandade, o atentado ao Teatro em Moscou em 2002 e à escola de Beslan, em 2004, tiveram um número tão elevado de vítimas graças às ações grotescas e pessimamente coordenadas das Forças Especiais russas.

Nenhuma oposição ou independência

Pouco se sabe sobre a Chechênia hoje, sobre como é a vida da população. A mídia independente praticamente inexiste e aqueles que tentam furar o bloqueio acabam mortos, como Anna Politkovskaya, Natalya Esterminova, Stanislav Karkelov, Magomed Yevloyev e tantos outros.

Jornalismo independente ou o trabalho de ONG's de Direitos Humanos na região (como a ONG Memorial) são algo quase proibido. Resta apenas a versão oficial e se esconde a prática cotidiana de tortura, intimidação e assassinatos patrocinadas por Kadyrov, Putin e Medvedev.

Tudo que o mundo sabe da região é aquilo que estampa as capas de jornais, os atentados dos terríveis chechenos que, ao mundo, parecem ser apenas loucos sem propósito e islâmicos fanáticos, quando na verdade a questão é muito mais profunda.

Através da proibição de relatos independentes (através de regras não escritas, mas fielmente executadas por Kadyrov e seu exército particular), a Rússia tenta ser a dona das informações, a responsável por divulgar aquilo que seria a verdade. Portais ligados à guerrilha – ou guerrilhas – são a única fonte de informação alternativa, ainda que não necessariamente confiável.

O dilema se torna acreditar na Rússia ou acreditar nos guerrilheiros. Jornalistas independentes acabam apenas mortos.

A atualidade

Sabe-se que representantes no exílio da República da Chechênia Ichkeria estão tentando entrar em acordo com o líder linha dura dos islâmicos para frear a onda de violência na região. De um lado o Primeiro Ministro no exílio Akhmed Zakayev e do outro Doku Umarov, líder da resistência mais radical.

Isto demonstra, por A mais B, a situação da região, de enfraquecimento das estruturas laicas tradicionais por uma resistência armada islâmica e radical.

O pior dos cenários, vale sempre lembrar, é de uma luta não só da resistência chechena contra a Rússia, mas entre as facções dos próprios chechenos, entre laicos e islâmicos, o que apenas contribuiria para uma piora na situação já frágil dos direitos humanos na região.

A receita do Kremlin de menos democracia e mais repressão vem demonstrando ser catastrófica. A imposição de Kadyrov ao povo Checheno, um notório traidor do povo, e de Yevkurov na Ingushétia, um general Russo (ainda que ele próprio Ingushe e no lugar de um carniceiro odiado) não ajudaram a conquistar a população local, muito pelo contrário.

As ações russas na região apenas reafirmaram que o Kremlin, em consequência, Putin e Medvedev, não tem qualquer compromisso com a democracia e não respeita o direito de escolha das minorias.

Se juntarmos o fracasso da guerrilha tradicional, o crescimento da solidariedade e da influência dos movimentos islâmicos pelo mundo afora, a imposição e brutalidade Russas, a supressão de qualquer direito, seja educacional, seja cultura, para as minorias e, por fim, a violência com que são recebidos os ativistas de direitos humanos no país, teremos no Cáucaso uma região prestes a explodir ou, na verdade, já explosiva e incontrolável, por maiores que sejam os esforços russos e, como se sabe, são esforços mal direcionados, desesperados e burros.

Por fim, vale ainda lembrar que a recente intervenção Russa na Geórgia (já no Cáucaso Sul) para "libertar" a Ossétia do Sul e Abkházia não contribuiu para acalmar os ânimos da região, na verdade, serviu apenas para demonstrar a hipocrisia Russa e aumentar ainda mais a força dos ataques e o sentimento nacionalista das minorias.

A única conclusão possível é a de que as políticas Russas para o Cáucaso Norte são, no mínimo, ineficazes e, mais ainda, são as grandes responsáveis ou pelo menos uma das responsáveis, pelo crescimento do terrorismo dito islâmico na região, da resistência feroz e violenta e da mudança de paradigma da resistência na região.

Os atentados cometidos contra militares e civis russos dificilmente terão um fim no futuro próximo enquanto não forem satisfeitas as condições mínimas impostas pelos chamados terroristas.

O grande problema para a Rússia hoje é a proeminência do terrorismo de caráter islâmico em detrimento do nacionalista e puramente étnico, o que torna ainda mais difícil uma solução negociada e que não se apresente como um enorme perigo à Rússia e a toda a região.

Hoje, fala-se não em repúblicas da Chechênia, Ingushétia e etc, mas em um Califado Islâmico englobando toda a região, algo muito mais inalcançável do que as reivindicações originais.

À Rússia cabe o enfrentamento armado e o recrudescimento da repressão – que vem se mostrando ineficaz – ou a tentativa de, talvez, negociar com o movimento laico e nacionalista de Akhmed Zakayev, sabendo que serão necessárias grandes concessões.

Quanto mais a Rússia espera, porém, mais piora a situação e podemos chegar até um ponto em que não há mais retorno. Se é que já não chegamos.

* Este texto é uma ampliação do artigo publicado na Revista Fórum número 94 de janeiro de 2011


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