Nasce uma grande esperança! Mas o governo da esquerda radical terá mil dificuldades para superar, a começar pela ausência de maioria absoluta (ele precisava de dois deputados mais), pela sabotagem da oligarquia grega, pelas medidas de retaliação do capital financeiro e pela má vontade da Comissão Europeia. Eles serão bem-sucedidos? Isso depende não só dos dirigentes do Syriza, mas principalmente do povo grego, de sua capacidade de se mobilizar para que as promessas sejam cumpridas, sem concessões nem recuos.
A oligarquia capitalista europeia – os Junker, Merkel, Draghi –, com a anuência frouxa dos chamados sociais-democratas – Sigmar Gabriel, François Hollande –, decidiram declarar guerra (financeira) contra o povo grego. O objetivo é estrangular economicamente essa tentativa corajosa de romper com o calamitoso “austericídio” neoliberal. Os eurocratas a serviço do capital financeiro estão decididos a impedir, a todo custo, que essa experiência dê certo. Para eles, é uma questão de demonstrar, de uma vez por todas, que, como dizia Ms. Thatcher, TINA (“There Is No Alternative”). E dane-se que o resultado da operação seja a decomposição da União Europeia e o crescimento inexorável da extrema direita.
Tradução é de Mariana Echalar/Blog da Boitempo.