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Afonso Mendes Souto

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Umha vista de olhos

Pequena reflexom sobre a qualidade do galego na cousa pública (e II)

Afonso Mendes Souto - Publicado: Terça, 23 Novembro 2010 01:00

Afonso Mendes Souto

O caso mais terrorífico é o dos políticos. Quiçá o melhor exemplo que me vem à cabeça como maltratador do galego é o de Tourinho, o anterior presidente da Junta, na verdade estava em boca de todas e todos, era um caso evidente, dele dizia-se que se falava galego-andaluz, mais espanhol que galego, espanhol-espanhol, etc. Bom ele já nom está, mas os de agora?

Nom vou personalizar porque sim, mas devo falar de quem tem mais responsabilidades face a opiniom pública neste país.

Sobre o actual presidente da Junta, Feijó, nom é necessário dizer que é contra o galego, nom obstante, continua com a linha do seu predecesor, Fraga, usando o galego polo menos como ritual. Há muitas mostras de gravaçom em vídeo onde se vê que enquanto nom há cámeras diante rápido se passa ao espanhol. Porém, suponho que ninguém espera o contrário de um líder do PP, pode desejá-lo, mas é desnecessário imaginá-lo. Quanto à qualidade do galego deste, dizer que é péssima, é fácil verificá-lo visionando qualquer vídeo onde falar com espontaneidade, nom quando alguém corrigir previamente o texto que posteriormente vai ler, e veremos a quantidade de erros que comete por minuto e a importáncia destes. Nom é exagerar afirmar que nom chega nem aos «mínimos aceitáveis», podemos dizer que usa os artigos galegos e pouco mais. Nuns minutos de entrevista escuitam-se pérolas do tipo: «tuvo», «limpiar», «creía», «razonable», «vou a fazer», etc.

É mais do que acaído recordar um caso recente, o de Roberto Varela, que dá mostra do que o PP é capaz de fazer com a língua, quando se referiu a Sobrado dos Monges como «Desván de los Monjes».

No caso de Pachi Vasques do PSOE vemos umha qualidade no seu galego ligeiramente superior, desde logo que a sua fonética nom é má, mas ainda assim tem um galego mau, melhor que o de Feijó ou Tourinho, mas mau. Em todo o caso, nom há muito que esperar de ninguém que venha destas duas opçons políticas, desde logo a causa do galego também nom é um objectivo dentro do seu programa político e vimos como o seu partido permitiu historicamente e permite nos dias de hoje declaraçons de inimigos do idioma como as de Paco Vasques.

Especial é o caso do nacionalismo institucional, que tendo a língua como um dos seus estandartes, nom acaba de dar exemplo nesta questom. Até há bem pouco era Quintana quem costumava falar em nome do BNG em público e cumpre dizer que o seu galego distava muito de ser óptimo. Sempre me rangeu o seu galego. Para escrever estas linhas, acheguei-me ao youtube para ver vídeos destes persoeiros que nomeo aqui e numha entrevista em Localia a Quintana, onde é perguntado por Galicia Bilingüe, numha mostra de pouco mais de dous minutos oferéce-nos exemplos como: «decir», «miles», «eso», «peligro», «desaparezca», «xeneracións»... e mais.

Hoje é o Guilherme Vasques que fala em nome do BNG e se figermos a mesma prova que com o Quintana em youtube, veremos que, ainda que em menor medida, comete erros parecidos. No próprio youtube, numha entrevista no programa Bos Días podemos escuitar sem ter necessidade de completar toda a minutagem erros como «interés», «donde» (no sentido que tem no espanhol e nom como contracçom de «de + onde») ou «posible» (que se é certo que nom é um erro segundo a normativa oficial também o é que nom está a favorecer a forma preferida historicamente polo nacionalismo e já admitida na norma com sufixaçom em «-vel»), mas este é outro debate.

No passado 1º de Maio na Corunha, falava o Secretário Geral da CIG e apesar de o nom ter calculado ou anotado, atrevo-me a dizer que esse dia o 50% das palavras que saírom da sua boca fôrom ditas em espanhol, assim como também questons morfossintácticas como os plurais.

Também gostava de fazer mençom ao presidente da RAG, Mendes Ferrim, quem para mim é o primeiro responsável da actual normativa oficial. Digo o de para mim porque neste país se dam demasiadas cousas por sabidas, mas o certo é que neste caso a RAG é umha fundaçom privada. Todas e todos sabemos que as académicas e os académicos se retroalimentam, isto é, a eleiçom de umhas ou outras é algo alheio ao povo galego, terá o seu funcionamento democrático, mas este é interno. Também quero recalcar que é umha fundaçom privada porque há uns anos tombou umha normativa que se afastava algo mais do que esta do espanhol e vinha a ser umha normativa para um galego um bocado mais autêntico e também nom está mal lembrar que esta fundaçom privada, cujos membros nom som eleitos polo povo galego e que favorece umha normativa galega-espanhola acaba de saber que para o 2011 por iniciativa do BNG vam receber de orçamento mais de um milhom de euros. Pronto, pois de Mendes Ferrim, o que se deve esperar é que para além de que fale um galego quanto de mais qualidade melhor é que cumpra a norma. O caso é que o actual presidente da RAG nom o fai em todo o momento e sempre foi assim, sempre defendeu na prática e em público o direito a falar com a sua variante dialectal, o que me parecia muito bem até os dias de hoje, mas o presidente da RAG deve reproduzir em todo o momento, sendo conseqüente, as actuais normas oficiais vigentes.

Para concluirmos. Embora a responsabilidade da qualidade e da orientaçom ideográfica do galego seja colectiva, há certas pessoas às que se lhes presupom habitualmente que devem conhecer e fazer bom uso da língua, no entanto, como as amigas e amigos do galego sabemos que isto nom é assim, é responsabilidade da esquerda soberanista, das e dos galego-falantes conscientes, estar à altura das circunstáncias e dar exemplo sobre esta questom e nom nos deixar levar polas conseqüências de usos e de forma que provoca o conflito lingüístico.

Nom tenho dúvida de que quem falar em galego em nome do PP tenta desprestigiar o idioma, daí que apenas precise umha norma como elemento de fricçom em certos momentos, no caso do PSOE acontece algo parecido, acontece que lhes dá igual o que se passe com a língua e falam-na como lhes dá na gana quando lhes dá na gana falá-la.

É por todo isto que se fai urgente que a intelectualidade, as e os profissionais, a militáncia, etc, que demos exemplo quanto à apredizagem a sério do idioma, para romper com este caos planificado por umha banda e consentido pola outra e assim contrarrestarmos o intuito de afastar mais pessoas do galego. A responsabilidade na minha opiniom é colectiva, mas é nas atitudes individuais que está a soluçom e se as mudanças em positivo quanto à qualidade do galego vinherem da cousa pública, dos referentes sociais, mais se facilitará o labor.


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