1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)
Domingos Antom Garcia Fernandes

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Outeiro crítico

Crer mentiras é criar verdades. Umhas ideias para ajudar a pensar a violência sobre a mulher

Domingos Antom Garcia Fernandes - Publicado: Quarta, 01 Setembro 2010 02:00

Domingos Antom Garcia Fernandes

Ao che perguntar a respeito da violência sobre a mulher nom é doado responder, pois as verdades universais encerram um muito de inconcretude e falsidade.


Contudo pode-se asseverar a desigualdade feminina, porque, por mais que se comparta o mesmo espaço – o que tampouco sucede -, homens e mulheres vivem em mundos diferentes. Dá-se umha pavorosa desigualdade em liberdades, saúde, sexualidade – mesmo é possível falar de escravitude sexual mundializada -, trabalho doméstico e assalariado, educaçom, política, religiom, et cetera.

Umha violência simbólica, diria Pierre Bourdieu, nom captada, fundamentada no reconhecimento, obtida por um trabalho continuado de inculcaçom de cara a legitimar e assegurar a permanência da dominaçom.

Umha violência que veicula as normas das classes dominantes e que vai sempre contra as classes populares.

Niste caso umha violência sobre as fêmeas, sibilina, dissimulada, ocultada... e que impom umha visom do mundo, uns roles sociais, umhas categorias cognitivas e umhas estruturas mentais.

Violência que se muda, também em palavras de Bourdieu, num habitus ou sistema de disposiçons duradouras que o indivíduo adquire no processo de socializaçom e que gera e organiza as práticas e as representaçons dos indivíduos e dos grupos. E que naturaliza, tenta atribuir à biologia, à genética, algo que somente fai parte da lógica do poder socioeconómico e simbólico.

E issa naturalizaçom transforma os corpos em alvos privilegiados do poder, somatiza-se o domínio. Há toda umha hierarquia corporal: corpos submissos e corpos agressivos. No andar, nas faces, no vestir, nos gestos... Encarna-se a subjugaçom...

E quando se di que os que exercem a violência som doentes a tratar proporciona-se umha percepçom calmante que esconde o patriarcalismo e o status de sujeito dominado.

E há umha dupla vitimizaçom da mulher: a que deriva da situaçom patriarcal e assim mesmo, por mais que se ligue à anterior, a culpabilizaçom que se produz com farta frequência.

E non se esqueça que crer mentiras é criar verdades.

Já som tempos de arrostar a mitologia neoliberal que favorece um tratamento eufemístico da questom das relaçons de género e todo para glória e ledícia de viver juntos na diferença, flanco benevolente da desigualdade.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.