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Roberto Numeriano

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Tudo que é sólido desmancha no ar

Novas águas movendo velhos moinhos

Roberto Numeriano - Publicado: Domingo, 30 Março 2014 15:24

Nos últimos dias, tenho quase sorrido à toa. É quase aquele sorriso de quem ri por último. E a causa desse bom humor vem dos recentes eventos no caso que envolve a Ucrânia e a Crimeia, colocando na roda dois velhos antípodas da geopolítica internacional, os Estados Unidos contra a velha mãe-Rússia, aquela senhora que pariu uns 20 milhões de filhos proletários, depois moídos pela máquina de guerra nazista.


Os nazistas alemães não contavam que desse ventre fértil outros milhões viriam, com balas e bandeiras vermelhas, braços e gritos, varrendo do seu próprio solo e de parte da Europa o mais potente poderio bélico já empregado numa guerra de extermínio do inimigo. Sim, os nazistas (esses demônios que a direita costuma parir como ratos em tempos de crise) queriam apenas isso: varrer da face da terra não apenas os comunistas, mas as "raças inferiores" (leia-se os negros, os judeus, os ciganos), os aleijados, os homossexuais, tudo e qualquer voz diferente ou dissidente.

Os russos, e apenas os russos, sabem quem são esses patifes da política, esses assassinos da paz. Mesmo que você seja, como eu, um leitor razoável da história da II Grande Guerra Mundial, jamais vai ter uma ideia do que representa a vitória do povo de Tolstoi e Dostoiévski contra esses carniceiros nazistas que, onde chegam, trazem sempre a guerra, o medo, a infâmia e a covardia. E, por isso, jamais vai entender o que representa para o russo de qualquer tempo a grande vitória do Exército Vermelho na Guerra Patriótica.

Mas o meu sorriso é pacífico, jamais vingativo. Eu sorri porque vejo novas águas movendo velhos moinhos nessa nova ordem internacional na qual os Estados Unidos, com a sua típica hipocrisia, acreditam que o mundo é o mesmo daquele tempo da Guerra Fria, da verdade única do capitalismo e liberalismo como o destino fatal da humanidade. Mas eu sorri também porque a imprensa nacional e internacional imagina alienar e mentir sem o contraditório de um mundo de imagens e sons que nos proporcionam as redes sociais de um mundo on line..

Daí o meu sorriso ao ouvir um cansado Bonner, da TV Globo, falar que os russos "anexaram" a Crimeia, que Putin "desafia" o Ocidente etc. Quem você pensa que é o Ocidente, cara pálida? O das guerras do Iraque, da Líbia e do Afeganistão, sob a ideia embusteira de combate ao terrorismo? O da espionagem sobre chefes de Estado soberanos, e até contra chefes de Estados-títeres de seus interesses? Foram-se os tempos de um Cid Moreira, mas esse jornalismo manipulatório é perene; perene como qualquer mentira que não se rende a fatos.

Putin evitou a extensão de uma guerra que poderia engolfar todo o oriente médio (o caso da Síria), e agora, sob a legislação internacional, manteve afastado da Crimeia os nazistas que por meio de um golpe de Estado derrubaram um regime que em alguns meses seria testado nas urnas. Eu, pobre ocidental, agradeço a essas iniciativas de pacificação. De guerra social, bastam aquelas que eu vivo e travo no meu velho Brasil.


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