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Lorena Alonso Pinheiro

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De sonhos e raivas

E quando no povo medre!

Lorena Alonso Pinheiro - Publicado: Quinta, 24 Outubro 2013 17:07

Sabemo-lo, criticamo-lo e analisamos a maquinaria de esta escravidom e, curiosamente, seguimos sem entender as atitudes e comportamentos das nossas companheiras. Sim, mulheres na sua maioria.


Mulheres que o único contato que tenhem com o mercado laboral é umha vez ao ano, cobrando 3, 4, ou 5€ à hora na vendima. Mulheres que dam todo ainda que lhes neguem o direito a utilizar a casa de banho ou lhes neguem também um copo de água para resistirem abaixo do sol.

Mulheres que, à vez, podem chegar a ser muito duras com as suas iguais com tal de demonstrarem ao patrom, que valem, que podem, que merecem ser recompensadas por um trabalho que levam fazendo toda a vida no ámbito privado sem reconhecimento público ou salarial nengum.

Essas mulheres carecem de consciência de classe e a consciência é tam precisa para nós como a leitura ou a habilidade de nos alimentar. Se alguém nom sabe ler, o mais humano é ensinar-lhe e no caso que nos ocupa alguém lhes terám que ensinar a botar as contas do que lhe roubam em cada caixa cheia, e haverá que fazer-lhes ver que as suas esmolas nom nos liberarám de sermos escravas. Nom som as nossas inimigas, som as nossas companheiras. Poderiam ser as nossas maes. Mulheres que levam a trabalhar desde os 9 anos de maneira brutal e selvagem para nos manter, suportando humilhaçons e maus tratos dentro e fora do lar.

Tomemos nós também consciência da nossa história. Nunca nos poderemos comparar com eles. A nossa incorporaçom ao chamado mundo laboral é muito recente e em muitíssimos casos, nom sabemos nem o que é o comité de empresa porque nos nossos setores nunca vimos tal.
Limpar, cuidar, servir, criar e vendimar.

Até quando suportaremos esta situaçom? Até quando mal viveremos de joelhos?

Falo desde o lugar que ocupo dentro de esta luita. O espaço da mao de obra, das que apanham a uva precisa para o vinho, das que limpam os wc dos burgueses, diretores e magnates das finanças. Falo desde quem serve os seus pratos delicatessem ou embasa o peixe que outros vam jantar. Falo desde quem atendem e cuidam os idosos de famílias que nom som as suas, falo desde a classe social que deixa a sua vida para que outros a desfrutem a conta do nosso sufrimento, do nosso suor e sangue. Sim, sangue, muita sangue levamos deixado trabalhando para poder ter um teito, umha caminha donde descansar para voltar mais umha vez ao mesmo. Companheiras e companheiros assassinados que nunca serám condecorados nem haverá justiça para as suas mortes. Temos que vingá-los. Temos que tê-los presente no dia a dia da luita, no confronto, na insurreiçom necessária.

Nas nossas mãos está frear a barbárie para começar de novo. Desde o cotia, em cada despertar, criando consciência para a felicidade. Com as pessoas que topamos no caminho, organizadas, todas, na luita direita. Na destruiçom dos meios de produçom ou na greve dos braços caídos.

Que os seus sujos 3€ a hora nom nos sacam de pobres. Que nom devemos costumar-nos a ser pobres porque nom temos porquê sê-lo. Umha existência como esta, só pode ser digna no combate.

Contamos com que serám muitas as vozes que nos assinalem como terroristas e culpáveis mas, com quem temos que contar, som com todas aquelas que também o sonharem fazer e nunca dérom passagem. Em nós está conhecê-las e animá-las a combaterem. Se nom as topamos, teremos que fazer porque escutem, polo menos, falar de nós.

É possível outro mundo, é possível que todas podamos viver!

Avante a luita feminista.
Avante a luita proletária.

Por umha Galiza Feminista, Socialista e livre.


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