1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)
Belém Grandal

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Em coluna

Minoridade, dependência e tutelagem do ser social

Belém Grandal - Publicado: Segunda, 14 Outubro 2013 20:13

Os seres humanos desde o nosso nascimento temos de caminhar irremissivelmente através dumha série de etapas ou fases no nosso desenvolvimento evolutivo quer a nível físico quer a nível psíquico, moral e intelectual que nos há permitir atingir umha consciência própria e autónoma do que somos, do que pensamos e do espaço ou entorno com o que interatuamos e reagimos, além de, aplicarmos através da utilizaçom do nosso discernimento certas habilidades e capacidades com o alvo de solventar os problemas que temos de confrontar dia após dia.


Mas, este proceso produz-se através dum período mais ou menos longo até atingirmos a maturidade precisa para integrarmo-nos como membras e membros ativos e com plenos direitos numha determinada sociedade na que entre todas e todos realizamos um trabalho constante com o alvo de construir o nosso crescimento e progresso individual e social indispensável que há de trazer em si próprio umha regeneraçom continua e sustentável da espécie humana e desse entorno no que se inclui, com certeza, qualquer espécie natural, vegetal ou animal.

Assim, no momento do nosso nascimento possuimos uma pequena bagagem de gens ou carateres herdados, mas que nom ham condicionar a nossa existência, senom pola contra o nosso desenvolvimento vem condicionado sobretudo pola interaçom com o meio, com esse entorno em que nos integramos, com as relaçons sociais que for estabelecidas e que venhem marcadas desde a infáncia, pola família, amigos/as, escola, e mais tarde o lugar de trabalho, ocio...

A educaçom é essencial nesse desenvolvimento, e marca umha grande diferença com os demais seres que habitam este planeta, os animais, já que estes nom tenhem a possibilidade de se educarem, de se formarem para adquirirem conhecimentos, aptitudes e habilidades. Apenas possuem os seus instintos mais desenvoltos que a própria espécie humana.

É assim que ao atingirmos umha certa idade depois da inestabilidade emocional da adolescência, ainda que cada qual conforme a sua evoluçom, podemos dizer que somos adultos. Deixamos já fora o lastro da dependência, da tutelagem das maes, pais, dos mestres e professores na escola e começamos o goze da independência com umha grande dose de responsabilidade. Decidimos o futuro que queremos sem que qualquer poda-se imiscuir nas nossas decisons ou assim teria de ser e, portanto, devemos ser conscientes, assim mesmo, das consequências que nos ham reportar cada um dos nossos atos.

Tudo é possível graças à utilizaçom da conjunçom do pensamento concreto e abstrato que nos ofrece a capacidade de discernir com uns criterios determinados eligindo entre aquelas opçons que melhor se adaptem aos nossos interesses e às nossas necesidades.

Se isto é assim para os seres humanos que moram e se desenvolvem nas diversas sociedades, se atingirmos a maturidade precisa para viver e nos desenvolver em qualquer sociedade, e chegado o momento preciso possuimos a consciência necessária, a independência e liberdade para aflojarmos qualquer nó que até entom nos prenda, deixando à margem qualquer tutelagem, qual é o motivo da teima da sociedade atual em negar o reconhecimento do direito da independência e liberdade da diversidade social, deitando fora qualquer umha tutelagem em todos os âmbitos e espaços desde o económico e político até o social e cultural?

A resposta vem dada na explicaçom que segue. A sociedade atual está dominada polo capitalismo, sistema económico que marca as linhas fundamentais nas que tenhem de se basear os demais âmbitos e espaços em que agimos.

Se no económico domina dito sistema, também este, se quer subsistir, tem de estender os seus tentáculos aos demais âmbitos. Assim por exemplo, no político o sistema de governo controlado polo capitalismo denomina-se “democracia burguesa” que nom é mais que umha democracia formal ou mesmo umha ditadura encuberta. Enquanto no social e cultural desenvolve-se um processo aculturador e homogeneizador que tenta anular a diversidade enriquecedora e tenta também destruir qualquer rasto de inteligência com o alvo de atingir o objectivo deste sistema capitalista, extrair o máximo benefício a recair nas maos dos proprietários dos meios de produçom, quer dizer, dumha minoria que acumula riquezas materiais imensas a custa do trabalho e esforço da imensa maioria da populaçom.

Este sistema de governo denominado “democracia burguesa” ou “ditadura encubertada da burguesia” tem como seu objectivo perpetuar a pirámide social, e portanto a divissom em classes sociais, onde a imensa mairoia da populaçom sostém com o seu trabalho à poderosa minoria proprietária capitalista e financeira, e assim mesmo tenta perpetuar as diferenças de classe que benefíciam e oferecem privilégios à dita elite.

As estratégias a utilizar som diversas, umha delas conhecida e analisada já desde há muitos anos é o fomento do estado de alienaçom das consciências com o alvo de evitar apercebermo-nos do estado de dominaçom, opressom e exploraçom ao que estamos submetidas e submetidos. Neste processo de alienaçom das consciências, estas vaziam-se de qualquer dúvida que poda existir referida a dito estado e após ser anuladas som enchidas com ideias e fórmulasr favoráveis aos detentadores do poder burguês e por consequência também para assimilaçom do estado de cousas.

Vinculado com as consciências anuladas e esvaziadas que depois hám ser enchidas com novas ideias e formulaçons dispostas a serem aceites sem qualquer um tipo de atrancos este sistema capitalista, existe no cultural e no social um processo aculturador e homogeneizador que tenta anular e aniquilar também qualquer biodiversidade enriquecedora cultural e social, pois dita diversidade define-se pola tomada de consciência do estado em que nos encontramos cada um de nós e, com certeza, do ser social.

É assim que ao falarmos de independência temos de ter em conta que o estado de alienaçom em que vivemos surge a partir dumha consciência heterónoma, quer dizer, externa a cada um de nós, que tenta impedir decidirmos por nós próprios a nossa independência e liberdade real, com autonomia plena. Apenas podemos optar polo tipo de escravatura, mais ou menos laxa, tendo en conta a classe social à que pertencemos, classe trabalhadora, pequena ou média burguesia... mas sempre sem sair do redil estipulado para todas as pessoas e grupso sociais integradas nesta única, homogênea e aculturadora sociedade capitalista.

Eis cá pois, impossível, falarmos da soberanía, independência e liberdade deitando fora o lastro da tutelagem, quando este sistema se define por mantermos à força na dependência, na falta de liberdades, na tutelagem mais absoluta com o alvo de perpetuar a dominaçom, opressom e exploraçom que precisa para subsistir e continuar mantendo os privilégios, propriedades e riquezas materiais (nunca morais nem inteletuais) das elites poderosas.

A única possibilidade de atingirmos entre todas e todos, a independência e liberdade fora de qualquer tutelagem, fora das morais e consciências heterónomas é romper qualquer nó com este sistema que fomenta a destrutividade humana que seqüestra e anula consciências, que unifica e homogeneiza ideias e pensamentos e por tanto destrue a diversidade enriquecedora quer individual quer dos seres humanos a nível social.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.