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Pepe Árias

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Só pode dar-se um processo

Pepe Árias - Publicado: Terça, 15 Mai 2012 19:10

Às vezes é mais complicado buscar a unidade que fomentar a divisom. Tam importante é o que se defende, o conteúdo das propostas e a sua necessária introduçom num contexto de cortes sociais e de precarizaçom da vida, como a maneira na que se defende, como se constrói e de que forma se busca a cumplicidade dos diferentes agentes para sentar os cimentos dum novo referente para o nacionalismo e a esquerda.


Seguramente que neste marco é mais doado sentar desconfianças, acusar ao desconhecido, ou mesmamente exercer o sectarismo político sem respeitar a diferença, que levantar as necessárias pontes de diálogo que permitam que todos os medos existentes hoje em relaçom a este processo passem do nosso campo ao telhado de Núñez Feijóo.

Num cenário aberto como este, onde as contradiçons do próprio sistema capitalista fam necessário um rearme a todos os níveis possíveis, precisamos umha ferramenta organizativa eficaz e participativa que nos permita consolidar umha alternativa hegemónica dentro da sociedade galega. Se coincidimos na necessidade de estabelecer umha linha argumentativa que defenda as conquistas históricas e os direitos sociais e nacionais do nosso povo, as leituras e os interesses partidários devem ficar necessariamente apartados num segundo plano. E esta reflexom baixo o meu ponto de vista é incompatível com a subordinaçom das assembleias ou com as mesas de partidos, que carecem de mecanismos para que militantes sem adscriçom partidária podam decidir sobre a composiçom e o desenho da nova organizaçom em pé de igualdade.

Començar a casa por baixo

Afirmaçons sobre as imperfeiçons das assembleias, que som lentas, que carecem de operatividade, que nom servem para conetar-nos perante os tempos e os (outros) ritmos – alheios ao próprio processo – contrasta com a ausência de propostas concretas além da confluência nas localidades, elemento que fica no ar da indefiniçom. Parece que as pressas apenas se mostram num plano. Ralentizar a confluência nas localidades é um erro estratégico de calado num país no que 25% dos concelhos nom tenhem representaçom nacionalista, o que fai que as assembleias locais tenham que ser responsáveis dum espaço maior até que se assuma esse trabalho em cada localidade. Se as posiçons de cada agente estam plenamente socializadas e respondem a um debate interno, nom haverá problemas para "desterritorializar" as conceçons de cada agente.

Se aceitamos como boa a prioridade das eleiçons autonómicas, quem falará com os vizinhos e socializará as propostas da nova organizaçom? Podera-se suplir essa debilidade com desenhos de márketing e empresas de colocaçom de cartazes? E fundamentalmente, umha campanha desenhada assim serviria para construir a Galiza que queremos? Neste momento a ciência política situa a necessidade de descentralizaçom organizativa nom já como umha demanda de democracia e de horizontalidade, senom como um simples sinónimo de eficiência. Tem que existir um centro, evidentemente. Mas nesse centro terám que estar pessoas dispostas a fazer de vasos comunicantes, que saibam separar a sua opiniom ou a valorizaçom da sua organizaçom com o sentir da súa localidade, até o extremo de que esta seja quem decida os seus representantes.

As assembleias nacionalistas terám que empapar-se das diferentes culturas políticas, salvar as desconfianças que som em definitiva formas de subjetividade que temos que saber ler, para aprender conjuntamente a conviver na diferença. Um espaço com delegados das assembleias e de todos os coletivos e organizaçons realmente interessados em superar a situaçom presente seria um dispositivo muito mais eficaz, democrático e plural que os ativados até o dia de hoje.

Outra esquerda ou + esquerda?

É umha contradiçom em termos vindicar o 15M enquanto se negam as formas de horizontalidade. Desde a base do assemblearismo como centro do motor organizativo podemos pôr em marcha novas formas de cooperaçom política. Porém, quem desenha senom os organismos eleitos por umha assembleia ou a assembleia mesma a pergunta dum referendo militante mediante internet, por pôr um exemplo? A ver se trás estranhas palavras pervive o velho da política de buró. Porque as ferramentas tecnológicas tenhem que estar ao serviço do próprio movimento, som umha ferramenta que evidentemente temos que utilizar e nom um fim em si mesmo.

Caminhar de novo a um marco onde a militancia esteja sequestrada nom é nem tam sequer umha hipótese de trabalho, já que isso sim seria repetir modelos caducos. Fronte quem situa o tema à esquerda ou a direita em relaçom ao BNG, fornecendo a ideia de "grupo de cabreados" e marcando o desenho político em funçom de elementos exógenos ao próprio processo, entendemos que a diferença está em saber ler a demanda que existe de participaçom e de espaços de cooperaçom na nossa sociedade, e de transgredir de vez em quando as linhas vermelhas desenhadas em Ferraz. A sociedade continuará organizando-se dentro ou fóra do novo referente. Só fica saber de que lado estará quando a mocidade volte sair às rúas para dizer que nom, que nom, que nom nos representam.


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