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José Borralho

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Desassossegar

Só o socialismo é solução para os problemas dos trabalhadores

José Borralho - Publicado: Terça, 07 Junho 2011 16:10

José Borralho

A situação portuguesa decorre da crescente crise geral do capitalismo a nível mundial, crise de sobre produção e de baixa da taxa de lucro.


Portugal, é um dos elos fracos do capitalismo, e uma revolução popular poderá estar a fermentar sob a aparência da actual indiferença com que o povo se comporta, permitindo que a direita tome conta de todos os negócios do estado e dos seus próprios interesses.

As leis objectivas da luta de classes desenvolvem-se independentemente da vontade dos homens.

A aplicação do programa anti-popular da troika FMI/UE/BCE, poderá, se encontrar pela frente a sua negação, pelos operários e os outros trabalhadores, despoletar a confiança nas próprias forças de viragem.

A crise do capitalismo, "coisa menor," esteve ausente da campanha eleitoral, ou quanto muito, foi evocada pelo partido do governo para justificar a política de austeridade que lançou sobre o povo. Ora o que se passa na Europa, no mundo, e logicamente em Portugal, é um reflexo da crise do sistema capitalista, que torna evidente aos olhos de todos, não ter soluções para o desenvolvimento da economia e do bem-estar dos cidadãos, em particular dos que vivem do seu trabalho. Tem apenas soluções para os especuladores, para o capital financeiro para os exploradores de mão-de-obra barata, e para todos os abutres que vivem da miséria alheia. O crescimento económico é uma miragem num mundo em sobre produção de bens e de mercadorias, dominado pelo capital financeiro, e em crescimento acelerado da miséria e de perda de qualidade de vida ambiental.

Não me cabe a mim fazer o exercício de dar conselhos à esquerda, do tipo (não tenham ilusões no parlamentarismo e no parlamento burguês que só conduz os trabalhadores à derrota, e não transformem militantes esforçados em caçadores de votos, que só os conduz à desilusão, não alimentem ilusões no crescimento económico que, em capitalismo se traduz no reforço deste, não defendam governos de esquerda parlamentares porque se tornam ridículos, deixem-se de soluções do tipo renegociação da dívida que vos enreda nos negócios de estado do BCE/UE/FMI, não convoquem lutas de fim de semana que são desmobilizadoras, não se atrelem ao PS na miragem de uma "esquerda grande" etc. etc) Não, não me cabe a mim dar conselhos aos partidos da esquerda parlamentar, que seguem o rumo por que optaram, que quanto a mim vai a um beco sem saída, e está a anos-luz de Marx e de Lenine.

Não me cabe a mim dizer aos jovens que têm acampado no Rossio ou nas portas do sol, que uma verdadeira Assembleia Popular tem que ter no seu cerne a participação de jovens operários, trabalhadores e estudantes, membros de Comissões de Trabalhadores, de comissões de desempregados, de representantes de Associações de Estudantes e outros, mandatados pelos seus camaradas numa ligação da Assembleia aos problemas concretos das empresas, dos locais de trabalho e das escolas. E que, pôr em causa a democracia burguesa, só faz sentido se em paralelo se puser em causa a propriedade privada dos meios de produção nas mãos dos burgueses. Não me cabe a mim encetar essa crítica directa a esse movimento que esboçou tímidos passos, e que revela a ausência de futuro, o flagelo do desemprego e a angústia que o capitalismo tem para oferecer aos jovens e a todo o povo trabalhador.

Cabe-me dizer que a luta da classe operária, dos/as trabalhadores e estudantes, só fará sentido e poderá sair vitoriosa, se, na sua direcção estiver uma vanguarda comunista, organizada, que transforme o movimento espontâneo em movimento consciente. Os diversos anarquismos nunca foram capazes de travar uma luta vitoriosa. No nosso processo revolucionário pós 25 de Abril ninguém os viu, estiveram ausentes. Não basta existir movimento, é preciso perguntar sempre: o que queremos, para onde vamos!

Mas como cidadão e ex-sindicalista, sinto-me obrigado a dizer aos trabalhadores meus irmãos de classe: Nenhuma ilusão no governo da troika financeira, o novo governo é ainda pior do que o que foi despedido, porque, são os partidos do capital a governar, com o apoio de um Presidente de direita.

Devemos defender uma linha de rumo combativa e de resistência:

1ª- A dívida que a paguem eles os ricos. Vão carregar em cima de quem o tem: das grandes empresas que sugaram os dinheiros públicos, dos Bancos que fugiram aos impostos , daqueles que levaram os lucros para offshore.

2ª- Não queremos pacotes de austeridade. Quem viveu acima das possibilidades não foi o povo, cortem nos que mais ganham acabem com os privilégios e as mordomias, dos administradores, dos gestores, dos políticos, e dos que ganham acima de seis salários mínimos.

3ª- Exigimos uma auditoria à dívida para que se saiba para onde foi o dinheiro. Quem enriqueceu á custa da miséria do povo e se expropriem as fortunas dos ricos, e de todos os que provocaram a dívida.

4ª- Contra o desemprego e a precariedade, reduzir o horário de trabalho sem reduzir salários, apoio social a todos os desempregados. Não aos despedimentos!

Para quem trabalha e vai sofrer o desemprego e a austeridade, só há um caminho: a luta mais forte e unificada, preparar greves gerais e a desobediência !

Se, os homens e as mulheres de esquerda, a juventude trabalhadora e estudantil, os sindicatos e os trabalhadores, forem por aqui, talvez que o povo ganhe ânimo. A nós, cabe-nos opor a luta do trabalho contra o capital, principalmente fora do parlamento, para que o governo da direita não concretize nenhuma medida de austeridade, e seja derrotado pelo impulso da luta popular. A derrota do programa da troika aproximar-nos-á de uma solução de tipo socialista, que é a única que combaterá verdadeiramente a crise; não pudemos meter a solução debaixo do tapete.


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