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João Delgado

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Ponto de vista

Bloco - Uma Convenção para ultrapassar o ''annus horribilis''?

João Delgado - Publicado: Domingo, 08 Mai 2011 02:00

João Delgado

A VII Convenção do Bloco de Esquerda ocorreu numa conjuntura em que o partido vem passando por uma série de polémicas internas, e contradições a que não estava habituado, factores que terão naturalmente influenciado os maus resultados que as sondagens apontam, e os bloquistas querem contrariar.


O apoio a Manuel Alegre, o voto favorável à "ajuda" à Grécia, a moção de censura, o voto no Parlamento Europeu sobre a Líbia, a reunião com o PCP, a recusa do encontro com a "troika", foram alguns momentos que suscitaram de diferentes sectores do Bloco críticas públicas, muitas vezes de sinal contrário e envolvendo apoiantes da maioria, ao invés do que era costumeiro.

Como exemplo, Daniel Oliveira, que já não é dirigente do Bloco, ou Rui Tavares, que não é sequer militante do partido, utilizaram a sua influente posição nos media para manifestar por diversas ocasiões desacordo com a direcção de Louçã. No plano interno, também a Ruptura/FER ganhou visibilidade mediática nas suas críticas, num crescendo de confronto em que chegou a ser anunciada (e desmentida) a saída desta corrente trotskista do partido.

Independentemente do que se pense da orientação política do Bloco nos últimos tempos, certo é que foram muitas vezes as próprias contradições no discurso que suscitaram as críticas. Isso mesmo aconteceu nesta Convenção, com as sucessivas declarações dos principais dirigentes à comunicação social sobre o "governo de esquerda", que foram da manifestação do desejo de um "PS de esquerda" até à recusa liminar de convergências com os socialistas, independentemente da sua liderança. E dessas contradições a direcção do Bloco só se pode queixar de si própria, pois acabaram por ser o leit-motiv dos comentários ao plenário bloquista.

No discurso de encerramento, Francisco Louçã procurou recentrar a discussão sobre o governo de esquerda, focando-a no crescimento do Bloco, e dirigindo-se, inédita e claramente, a eleitores do PS, PSD e até do CDS, chamando-os a rejeitar o que classifica de acordo entre a troika externa e a troika interna. Um novo 25 de Abril, pediu Francisco Louçã, dirigindo-se também em particular aos jovens do 12 de Março, e aos abstencionistas, para que em 5 de Junho acreditem no Bloco.

Resta saber se este final de Convenção fará esquecer alguns momentos recentes menos conseguidos que, com simplismo, titulámos de "annus horribilis", e devolver ao Bloco o crescimento que teve desde a fundação.

Porque esta é uma força política essencial à ruptura com as políticas de direita, que cavam desigualdades sociais, pobreza e desespero em milhões de portugueses, que merecem uma alternativa de governo à esquerda, em dia de encerramento de Convenção ficam os votos de que o Bloco tenha sucesso na luta mais próxima, a eleição de 5 de Junho, e forças para a luta que a esquerda e o povo têm de travar nos tempos que aí vêm, contra todos os FMI's, de fora e de dentro.


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