Quando saía de casa, por volta das 18h30, viu-se cercado por oito polícias à paisana, que se identificaram como agentes da Polícia Nacional espanhola, o acusaram de provocar danos e o levaram para a esquadra. Hoje, foi presente a um juiz, que manteve a acusação e o deixou seguir em liberdade.
De acordo com a informação divulgada pela Ernai, a detenção está relacionada com uma acção levada a cabo, a 12 de Junho, pela organização juvenil em solidariedade com os presos políticos bascos, no âmbito da campanha «Denak ala inor ez» [ou todos ou ninguém], no decorrer da qual se escreveu o lema «PreS.O.S.» numa parede do quartel da Polícia espanhola em Basauri; também com uma acção levada a cabo a 14 de Julho no Carrefour local, para denunciar a agressão sionista à Palestina.
VÁRIOS IDENTIFICADOS EM ALTSASU POR ACÇÃO SOLIDÁRIA COM A PALESTINA
O dia 12 de agosto a Polícia Foral tentou entrar na casa juvenil (gaztetxe) de Altsasu (Navarra) para identificar quem lá estava. De acordo com a informação divulgada pelo portal hitzondo.net, os membros do gaztetxe estavam a preparar actividades para o próximo sábado, quando foram alertados por um elemento da Gazte Asanblada que a Polícia queria entrar no espaço. Os jovens decidiram manter-se lá dentro e impedir a entrada da Polícia, que lhes dizia que «tinha de investigar um delito».
Nas redes sociais, a situação começou a ser divulgada, e muita gente, incluindo vereadores, acorreu ao local para ver o que se passava. Quando pediram explicações aos polícias, estes responderam: «o salen los jovenes que están dentro para que los identifiquemos, o haremos lo que haga falta para entrar al Gaztetxe», referiram testemunhas.
Os jovens que se encontravam no interior do gaztetxe acabaram por sair, para evitar que a situação «se degradasse». Foram então identificados pelos agentes, enquanto estes eram mimados com a palavra de ordem «alde hemendik, utzi bakean» [vão-se embora, deixem-nos em paz].
O que a princípio não se entendia foi ficando claro: na base de tudo isto esteve uma acção levada a cabo pela Ernai no Eroski local, em solidariedade com a Palestina e de boicote aos produtos israelitas. No âmbito desta acção, vários jovens entraram no supermercado e lançaram sangue sobre produtos financiados por Israel.