Após três anos de prisão no Iraque, começou o julgamento do soldado Bradley Manning. Recordo-se, que o mesmo, se declarou culpado, tendo admitido o envio de milhares de documentos classificados para a WikiLeaks.
O exército dos EUA e a administração de Obama acusam-no de ter "ajudado o inimigo", o que o pode levar a prisão perpétua.
O soldado americano optou por ser julgado por um juiz militar em vez de um júri civil, sendo esperado que o julgamento dure até agosto.
Em fevereiro, segundo a juíza militar Denise Linde, Manning disse que tornou a documentação pública para denunciar "a sede de sangue" do exército norte-americano e o seu desrespeito pela vida humana no Afeganistão e no Iraque. Defendeu ainda que não acredita que a informação fosse prejudicar a segurança dos Estados Unidos e que queria iniciar um debate sobre o papel do exército e da política externa americana.
Os apoiantes de Manning veem nele um herói e um preso político, enquanto que os seus adversários o apelidam de traidor.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA mais de 700 mil relatórios de guerra do Afeganistão, do Iraque, telegramas enviado pelo Departamento de Estado foram enviados para a WikiLeaks.
Os documentos que a Wikileaks começou a publicar em 2010 denunciavam os abusos sofridos por prisioneiros iraquianos, registos das mortes civis no país e o franco apoio dos EUA ao Governo, atualmente derrubado, tunisino – o que segundo muitos apoiantes da Wikileaks e de Manning ajudou à revolta popular que derrotou a ditadura de Ben Ali.
No mês passado, o governo concordou em aceitar a confissão de culpa de Manning em relação a um dos crimes, envolvendo um cabo diplomático resumindo discussões entre os EUA e autoridades da Islândia sobre problemas financeiros no país.
Bradley Manning também admitiu ter enviado para a WikiLeaks o vídeo do ataque de helicóptero que matou civis iraquianos, incluindo um fotógrafo da agência Reuters. A investigação interna do exército concluiu que as tropas "confundiram" o equipamento do fotógrafo com armas.