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080213 prisom israel palestinaPalestina - Opera Mundi - De acordo com médico de clínica na Cisjordânia, diversas esposas já passaram pela inseminação artificial.


Condenados palestinos em prisões israelenses contrabandeiam esperma para a clínica de fertilização Razan, em Nablus, na Cisjordânia, e assim engravidam suas esposas. É o que diz Salem Abu Khaizaran, médico-chefe do estabelecimento. Desde o nascimento de Muhannad, em agosto de 2012, quatro outros bebês teriam nascido desse modo.

Segundo Khaizaran, em coletiva de impresa desta quarta-feira (06/02), 40 amostras foram contrabandeadas das prisões e 22 mulheres passaram pela inseminação. O nível de sucesso, porém, é baixo por causa das dificuldades em manter o conteúdo fresco durante o transporte entre prisão e clínica, e assim “os detidos precisam tentar várias vezes até dar certo”.

“Nós mulheres estamos envelhecendo e nossas chances de ter bebês está diminuindo”, disse Rimah Silawi, de 38 anos, na mesma coletiva, onde também estavam quatro mulheres grávidas de prisioneiros palestinos. Seu marido, Osama, foi condenado quatro vezes à prisão perpétua em 1993, por causa do assassinato de um israelense e quatro supostos comparsas palestinos há 22 anos.

O médico não explicou exatamente como esse transporte acontece – ele não chegou a perguntar às mulheres. O serviço penitenciário de Israel se manteve cético quanto à declaração. “Duvidamos que alguém tenha engravidado assim, com a segurança e regras de visita”, disse Sivan Weizman, porta-voz do serviço.

Além disso, apontou que mulheres e parentes fazem longas jornadas até as prisões, e “como entendemos, esperma não sobrevive mais de uma hora fora do corpo ou de condições de laboratório”.

Em agosto do ano passado, Muhannad nasceu de Dallal Ziben e de Ammar. O marido, que fazia parte do grupo islâmico Hamas, recebeu 32 condenações à prisão perpétua de Hadarim por um bombardeio em Jerusalém há 15 anos. Dallal realizou uma cesária após a fertilização in vitro e homenageou um amigo de Ammar, “que era um mártir” com o nome do bebê.

O casal desejava um filho, após duas filhas adolescentes, e “então encaminhamos um procedimento de gênero e tentamos a inseminação a partir da mesma amostra duas vezes até a terceira dar certo”, afirmou Khaizaran na época. Detalhes de como o esperma foi transportado foram guardados em segredo pela família.

À época, Khaizaran afirmou que ter um bebê era “uma questão humanitária – todos têm o direito de ser pai. Prisões não devem ser um obstáculo a isso”.

Cerca de 4.500 prisioneiros palestinos estão atrás de barras israelenses. A duração das visitas é restrita a 45 minutos, contato físico e encontros conjugais são proibidos entre os casais e somente crianças de até oito anos podem encostar em seus pais.

Para alguns prisioneiros israelenses, porém, as regras são diferentes. Yigal Amir, de orientação política de extrema direita,  foi condenado a uma prisão perpétua por assassinar o ex-premiê de Israel, Yitzhak Rabin, em 1995. No ano seguinte, casou-se e lhe foi permitido uma visita conjugal de 10 horas, além de visitas regulares desse tipo. Após ter sido flagrado tentando contrabandear esperma, conseguiu permissão de artificialmente inseminar sua mulher, Larisa Trombobler, em 2007.

 


Com informações de The Guardian, Al Jazeera e AFP

 


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