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120525 mossoPaísos Cataláns - Kaos en la red - [Tradução do Diário Liberdade] O semanário catalão destapa o peculiar roteiro do comissário dos Mossos d'Esquadra David Piqué, para acabar com os e as manifestantes antissistema. Toda uma demonstração da classe de sujeitos autoritários, facistoides e quase nazis, que estão ao comando da polícia catalã...


Este alto comando da polícia autonómica fez-se famoso pelo seu discurso aceso no enquadramento do Dia das Esquadras deste ano (jornada de celebração interna dos mossos), e particularmente pela frase em que qualificou de 'ratazanas' as manifestantes da passada greve geral, garantindo que as perseguiriam e deteriam embora se escondessem por trás das cadeiras de uma sala de aulas universitária.

Piqué, ao longo de 37 páginas de seu projeto final do mestrado em Políticas Públicas de Segurança organizado pela UOC -ao qual tivemos acesso- detalha como conseguir acabar com as ativistas antissistema e, inclusive, aponta métodos claramente ilegais.

Neste sentido afirma que "quiçá teria que aproveitar para deixar que, durante o percurso, se produzam suficiente atos vandálicos", em referência aos distúrbios das manifestações que depois os meios de comunicação utilizariam para o fim de desprestigiar os movimentos alternativos.

Esta estratégia, segundo fontes jurídicas consultadas, supõe um claro delito de prevaricação.

http://www.setmanaridirecta.info/noticia/directa-274-full-ruta-ocult-dun-comissari-dels-mossos-acabar-amb-els-antisistema

Ver documento em catalão:

http://www.recercat.net/bitstream/handle/2072/182630/La%2520S%25C3%25ADnrome%2520de%2520Sherwood_DAVID%2520PIQU%25C3%2589.pdf

EXTRATOS (trad. google)

pág. 28-29
"Inclusive se a concentração ou manifestação, que é o que estamos falando, não se prevê bastante violenta, pode mesmo provocar um pouco, com detenções pouco justificadas e nada pacíficas em uns dias antes para esquentar o ambiente. Também podem ser feito "batidas" preventivas aos locais onde se encontram habitualmente pessoas próximas da ideologia dos convocantes, com a desculpa de buscar drogas ou o que for necessário.

 A ''batida'' estará especialmente mau feita e com trato humilhante para acender mais os ânimos, se é necessário.

A consequência previsível destes comportamentos prévios e o desenho do dispositivo policial, é que acabará com uma "batalha campal".

Além da estratégia prévia, assim que algum grupo descontrolado começa as ações violentas, as unidades de polícia nem se movem e quando a violência começa a ser generalizada, a atuação policial se atrasa deliberadamente até que os danos produzidos são socialmente inaceitáveis. É então quando se produzem as cargas policiais que em nenhum momento querem ser dissuassórias, não se dissimula.

Vai-se diretamente contra os manifestantes, que já são considerados "vândalos", e são atacados com suficiente velocidade para que não dê tempo à fuga e se provoque o confronto físico.

Neste estádio, os manifestantes atacam à polícia com todo o que têm e que lhes deixou ter, realmente se estão defendendo, mas não o parece, foram acurralados. A violência entre agentes e manifestantes desata-se, personaliza-se e descontrola-se.

É o que se queria. Começam a aparecer vítimas inocentes - danos colaterais diz-se agora- Os que têm fugido o confronto, se encontram com o resto de unidades policiais que os fecham o passo e que não fazem detidos - prisioneiros -, a dispersão não é voluntária , é a golpe de defesa (cacifo) e qualquer vislumbre de resistência é contestada com contundência exagerada e detenções em massa.

Nas batalhas da antiguidade, era quando se envia a cavalaria para perseguir os que fugiam enquanto a infantaria extermina os que se renderam no campo de batalha.

Lamentavelmente, esta tática não é exclusiva de regimes totalitários, também se dá com demasiada frequência em muitas democracias ocidentais. Quiçá pode ser devido a dois fatores: Uma estratégia política que não considera outra opção que não seja a visão do problema como um conflito de ordem pública e o outro, em que se encarrega o controle da rua e os manifestantes/ativistas a unidades policiais pouco disciplinadas, vingativas e provocadoras."


pág. 25-26
"Os grupos antissistema, em general, sabem que, por diferentes motivos, suas ações têm mais repercussão social e mediática se se desenvolverem em certos espaços. Ao invés, estes espaços - os mais abertos - são os mais desfavoráveis (para os antissistema) do ponto de vista de tática policial. Referimo-nos a l'Eixample, parte de Sants ou qualquer terreno aberto que permita uma rápida mobilidade dos efetivos policiais. Na teoria militar clássica, seria a capacidade de mobilizar pelos flancos a cavalaria ou unidades de infantaria ligeira.

Como dizíamos antes, Sun Tzu era partidário de ganhar sem combater e isso podia ser conseguido mediante diversas estratégias e a que sempre teve mais sucesso, foi a de, "quem rodeia ao inimigo, vence". [...] Os casos mais estudados são os da batalha de Cannas onde Aníbal derrota o exército romano dirigido por Cayo Teracio Varrón e o da batalha de Alesia onde Júlio César venceu os galos definitivamente e fez prisioneiro a Vercingetórix[...]

Voltando à tática policial do primeiro terreno - aberto - e com força policial suficiente. Neste caso, não quer ser reprimido os distúrbios nem deter aos infratores, simplesmente se evita. Isso se consegue limitando extraordinariamente a capacidade de movimento dos manifestantes os rodeando totalmente.

Isso faz-se no momento da concentração que, como se sabe onde se realizará, permitiu fazer um filtro de malha fina nos pontos de passagem obrigatória pelo ponto de encontro. O objetivo do filtro é o mesmo que no modelo Klausewitz, requisar objetos perigosos de qualquer tipo - porque depois terá contacto físico - e evitar o anonimato. A partir desse momento, os concentrados já sabem que a manifestação irá por onde a polícia queira e durará até que os manifestantes decidam se dispersar. Esta dispersão faz-se lentamente, deixando  as pessoas saírem pouco a pouco e em grupos muito pequenos para evitar o reagrupamento fosse do círculo.

Nestas situações o sentimento de frustração e impotência dos manifestantes é muito alto e com frequência geram reações violentas de alguns indivíduos quando são conscientes que perderam toda capacidade de iniciativa. Estes momentos são delicados e é necessário que os agentes de primeira linha evitem as provocações individuais ou as tentativas coletivas de romper o círculo.

Pensemos que os polícias estão a menos de um metro dos rodeados. O objetivo não é fazer detenções, só imobilizar. A sensação de derrota entre os manifestantes, é muito alta e moral fica muito "tocada". Não houve feridos - não têm mártires - nem detidos - heróis -. Inclusive tentarão, sem sucesso, denunciar a polícia por detenção ilegal ou violar o direito de circulação. Se se planifica corretamente, a promotoria tem de estar avisada da aplicação desta tática para evitar estas denúncias. Se sair bem, venceu-se sem lutar."


pág. 32
 "As unidades policiais especializadas em ordem pública começam a ser menos permissivas com as manifestações e concentrações, que seguramente se produzirão enquanto dura o debate político. De todas formas, se o número de manifestantes fosse excessivo, quiçá poderia ser aproveitado para deixar que, durante o percurso, se produzam suficientes atos vandálicos como para intensificar o debate sobre o comportamento antissocial do movimento antissistema e permitir que a opinião pública vincule estes coletivos ao fenómeno okupa."


pág. 34
"Deverá ensaiar-se a detenção seletiva dos líderes para lhes imputar delitos comuns e evitar a condição de "mártir". A mais protestos, mais detenções, até acabar com o pouco suporte de que dispuserem, sobretudo se comprovam os "privilégios" que podem ser conseguido com uma adequada integração no sistema, sem renunciar alguns dos postulados que os inspiram."


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