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15Now 02Estados Unidos - LSR - CWI/CIT - [Marcus Kollbrunner] O aumento do salário mínimo em 61% em Seattle, nos Estados Unidos, foi uma importante vitória na luta dos trabalhadores contra a ditadura dos "1%". Foi resultado de uma combinação da luta sindical junto com o terremoto político que levou à eleição de Kshama Sawant e mostra a possibilidade de construir uma verdadeira alternativa política dos trabalhadores no coração do imperialismo.


Apesar da propaganda de que a economia dos EUA está se "recuperando", isso é realidade apenas para uma pequena minoria. Um estudo da Universidade da Califórnia mostra que 95% do aumento de renda entre 2009 e 2012 foi para 1% da população. Enquanto isso, a renda das famílias trabalhadoras está mais baixa do que no ano 2000!

Existe uma grande frustração e raiva na sociedade estadunidense. Isso ficou claro recentemente com a explosão de protestos após a morte com seis tiros de um jovem negro e desarmado pela polícia racista na cidade de Ferguson, no Missouri.

Construindo uma alternativa

Existe também uma busca por uma alternativa ao sistema econômico atual e aos seus dois partidos, os Democratas e os Republicanos. Entre jovens de 18-29 anos e afro-americanos, uma maioria se diz agora preferir o "socialismo" ao invés do "capitalismo". O movimento "Ocupe" 2011-12 foi uma poderosa revolta contra a sociedade dos "1%" de super-ricos.

Mas, para transformar esse sentimento em uma força política e evitar que demagogos da direita ou populistas dos Democratas desviem a indignação, é necessário ter iniciativas audaciosas. A Alternativa Socialista (CIT EUA), lançou Kshama Sawant, ativista do movimento Ocupe, nas eleições estaduais de 2012. Kshama enfrentou o líder da assembleia do estado de Washington, o democrata Frank Chopp e conseguiu 29% dos votos.

A Alternativa Socialista argumentou na época que, se o movimento Ocupe tivesse lançado 200 candidatos ao redor do país, isso ajudaria a lançar a construção de uma forte alternativa aos dois partidos do grande negócio. Infelizmente, muitos dos sindicatos ainda mantêm a política de apoio aos Democratas como "mal menor", enquanto vários militantes do movimento Ocupe ainda subestimam a necessidade e o potencial de uma alternativa política.

Levantando a demanda de $15 nas eleições

Com o tremendo resultado de 2012, Kshama foi lançada como candidata à câmara de vereadores de Seattle em 2013, levantando a bandeira das greves dos trabalhadores de fast food e dos supermercados por um salário mínimo de 15 dólares por hora. Sua candidatura levantou também a necessidade de um controle social sobre os alugueis e a taxação das grandes fortunas para financiar o transporte público e a educação.

A sua campanha teve apoio de seis sindicatos, organizações de imigrantes e movimentos sociais. Contou com 450 voluntários e conseguiu levantar 320 mil reais com 1,4 mil doadores. Isso contrariou a ideia de que é impossível fazer uma campanha sem dinheiro de empresas. Kshama Sawant conseguiu derrotar o candidato democrata, obtendo 93,682 votos. Foi a primeira vereadora socialista eleita na cidade desde 1877! Para mostrar que somos uma alternativa dos trabalhadores e não nos deixamos comprar por privilégios, Kshama não aceita o salário integral de vereador de Seattle, que está entre os maiores do país. Ela recebe só um terço do salário, o equivalente ao salário médio de um trabalhador, enquanto o resto é usado para construir as lutas sociais.

A primeira tarefa de seu mandato foi jogar todo o peso na luta pelo salário mínimo de 15 dólares por hora. O impacto da campanha de Kshama fez com que os candidatos a prefeito dos grandes partidos se declarassem a favor do aumento do salário mínimo, ainda que a longo prazo e com muitas exceções. Em SeaTac, uma pequena cidade vizinha de Seattle, foi aprovado o salário mínimo de 15 dólares através de um plebiscito. Em seguida, foi lançada a campanha "15 Now" (15 Agora) para travar a luta junto com os sindicatos. No começo de junho, a câmara de Seattle votou o aumento do salário mínimo de 9,32 para 15 dólares. Para efeito de comparação, o salário mínimo nacional é de 7,25 dólares por hora.

Apesar da lei ter várias exceções e prazos estendidos, ela representa uma grande vitória. Cerca de 100 mil pessoas vão sair da pobreza com o aumento do salário e calcula-se que as empresas vão pagar 9,8 bilhões de reais a mais de salário aos trabalhadores na próxima década!

A luta continua

A luta pelo salário mínimo continua agora em nível nacional, mas também continua a construção de uma alternativa socialista. Jess Spear, organizadora do 15 Now e militante da Alternativa Socialista, está concorrendo à vaga de deputada estadual contra Frank Chopp nas eleições em novembro.

A vitória de Kshama mostrou que é possível construir uma alternativa política, sem vínculo com as grandes empresas e colocando a candidatura a serviço das lutas. A vitória do salário mínimo mostra que é possível arrancar concessões e obter vitórias através da luta coletiva. Unificando essas vitórias, é possível começar a construir uma alternativa socialista, no coração do imperialismo, que possa desafiar o sistema injusto que é o capitalismo.


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