Foto: Workers Liberty.
"As pessoas deste edifício [parlamento], de um modo geral, não nos representam, representam os seus amigos nos grandes negócios. Está na hora de recuperarmos o nosso poder", avançou Brand, citado pelo The Guardian.
"A revolução que é necessária não é uma revolução de ideias radicais, mas a implementação de ideias que já temos", referiu ainda o comediante.
Um representante da Assembleia Popular [1] contra a austeridade, responsável pela organização da iniciativa, frisou que a imensa mobilização traduziu "o nível de raiva que existe no momento".
Segundo o ativista, o protesto de sábado "é apenas o começo", estando já agendada uma nova marcha para outubro em conjunto com o Congresso dos Sindicatos Britânicos, a par da onda grevista que terá lugar no próximo mês.
"É essencial para o bem estar de milhões de pessoas pôr fim à austeridade e travar este governo de coligação antes que cause danos duradouros na vida das pessoas e nos nossos serviços públicos", referiu ainda o porta voz do movimento Clare Solomon.
"Os cortes estão a matar pessoas e a destruir serviços públicos valiosos", reforçou Sam Fairburn, o secretário nacional do grupo.
Em frente ao parlamento britânico foram ouvidas ainda as intervenções da deputada Caroline Lucas, dos Verdes, e do jornalista Owen Jones.
"Quem é realmente responsável pela confusão que se instalou no país? São os polacos que apanham fruta ou as enfermeiras nigerianas? Ou são os banqueiros que afundaram o país num desastre económico e aqueles que fogem aos impostos?", questionou Jones.
"Os conservadores estão a usar a crise para impor políticas que já apoiavam. Por exemplo, a venda do serviço nacional de saúde. Eles construiram um país no qual a maior parte dos pobres são trabalhadores", acrescentou o jornalista.
A manifestação contou com a participação de ativistas da Stop The War Coalition e da Campaign for Nuclear Disarmament.
Nota:
[1] Segundo refere o Guardian, a Assembleia Popular surgiu em fevereiro de 2013 e foi formalizada mediante uma carta aberta, subscrita por personalidades como Tony Benn, que morreu em março deste ano, o jornalista John Pilger e o realizador Ken Loach.