O estudo "Governar para as elites – sequestro democrático e desigualdade econômica" é divulgado na véspera do Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne os mais poderosos e ricos do mundo.
De acordo com a Oxfam, os poderes econômicos e políticos separam cada vez mais as pessoas. As tensões sociais e o aumento do risco de ruptura social seriam inevitáveis. A organização alerta para um dado preocupante, cerca de metade da riqueza de todo o mundo está nas mãos de apenas 1% da população. São 110 bilhões de euros, ou seja, 65 vezes mais dinheiro do que o disponível para a metade mais pobre do mundo.
Segundo o estudo, é provável que a concentração de riqueza seja ainda maior se forem levados em consideração os rendimentos escondidos em paraísos fiscais. A estimativa é de que existam mais de 18 bilhões de dólares não registrados. Quanto à distribuição de riqueza, os dados demostram que 86% dos recursos mundiais são controlados por 10% da população. Os 70% mais pobres teriam apenas 3% dos recursos à sua disposição. Os dados mostram que este panorama não possui equivalente na história mundial.
A Oxfam solicita aos participantes de Davos que sejam tomadas medidas para combater as desigualdades. Entre as recomendações aos mais ricos estão não recorrer a paraísos ficais, o apoio a políticas de progressividade fiscal sobre a riqueza e os rendimentos, exigir que todas as empresas paguem salários justos e que os governos utilizem sua receita para saúde, educação e proteção social.