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ziuRússia - Opera Mundi - [Sandro Fernandes] Convenção que começa no sábado deve aprovar regras mais rígidas para conduta dos políticos.


Os esforços de renovação ideológica do Partido Comunista da Federação Russa (KPRF) têm sido vistos com cautela e até mesmo pessimismo dentro do partido. Em outubro do ano passado, durante a apresentação do 14° plenário do Comitê Central do Partido Comunista, o líder do movimento, Guenadi Zyuganov (foto), fez um discurso que tinha como objetivo renovar e melhorar o trabalho teórico do partido.

O discurso, no entanto, gerou polêmica devido ao tom fraternal utilizado por Zyuganov para se referir à Igreja Ortodoxa Russa e aos fieis da religião majoritária do país. O líder do Partido Comunista lembrou que o próprio Lênin disse que os trabalhadores que preservam sua fé em Deus devem ser não somente permitidos no Partido, como atraídos (para o grupo).

A única restrição citada por Zyuganov é a de propaganda de pontos de vista religiosos, que "devem estar fora do partido, como definiu Lênin".

Um dos fundadores do partido comunista, Valentin Nikitin, classifica como "traição" a aproximação de Zyuganov das lideranças ortodoxas e de oligarcas. "Infelizmente a liderança do partido não tem coragem de pedir perdão aos eleitores (pela traição). Agora, em vez de trabalhadores e camponeses, o partido se transformou cada vez mais em um espaço em que os deputados eleitos são pessoas do círculo de Zyuganov, incluindo assistentes, secretárias e assessores de imprensa".

Nikitin exige a demissão de Zyuganov e pede que os filiados lancem candidatos alternativos no 15° plenário do KPRF, que se realiza nesta semana. "O nosso partido está tomando um caminho nacionalista e estão tentando associar a russofilia a sentimentos ligados à Igreja Ortodoxa".
A aproximação de Zyuganov com o clero ortodoxo não é recente, mas foi vista de maneira mais clara no último ano. Em um encontro com o patriarca Cirilo I de Moscou, líder máximo da Igreja Ortodoxa russa, Zyuganov classificou de "blasfêmia e ultrajante" a performance do grupo punk Pussy Riot na Catedral Cristo Salvador. O polêmico ato rendeu dois anos de prisão a três das integrantes do grupo e o líder do Partido Comunista foi ainda mais longe nas críticas.

"Eu teria dado uma boa lição com o cinto e mandado as meninas de volta para a casa do papai e da mamãe". E continuou: "Em minha opinião, há um ataque violento contra o cristianismo. No final das contas, a civilização europeia está baseada no Sermão da Montanha".

Futuro

O KPRF planeja mudar sua organização interna e centralizar as decições para um círculo menor de pessoas dentro do partido. As alterações provavelmente serão aprovadas na XV Convenção Geral do partido, no próximo sábado (23/02).

As mudanças sugeridas incluem maior poder aos órgãos federais e menos poder a nível regional, verticalizando o partido. De acordo com a proposta, o Comitê Central do partido – composto por 17 pessoas – passa a ser o principal corpo dirigente do KPRF. Atualmente, esse papel pertence a um comitê de 145 pessoas.

O rodízio regular e obrigatório de parte da liderança do partido também deve ser abolido.

A nova carta de conduta também pretende aumentar o rigor e a punição com os membros que infringirem as regras do partido. Comunistas em posição de liderança perderiam seus cargos se não desempenharem suas funções corretamente.

Em entrevista por telefone ao Opera Mundi, o secretário do Comitê Central do Partido Comunista explicou que querem "voltar à carta adotada há 100 anos por Vladimir Lênin".

A convenção do KPRF acontecerá entre os dias 23 e 25 de fevereiro e contará com aproximadamente 3 mil convidados provenientes de 90 países.


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