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Papa Bento-XVI rezandoEstados Unidos - PCO - Hierarquia da Igreja Católica volta a proteger acusados de abusos sexuais afirmando que a responsabilidade não é dos religiosos pedófilos, ou estupradores, mas das próprias vítimas. 


Em meio à polêmica e tensão criada pelas declarações do candidato republicano com relação ao estupro de mulheres, a Igreja Católica aparece para fazer coro no sentido de relativizar a violência sexual e culpar as vítimas.

Em artigo na revista eletrônica católica NCR-National Catholic Register, publicado no último dia 27, o Padre Bernard Groeschel, afirma que algumas crianças "seduzem" seus agressores.

O padre de Nova Iorque defende que os pedófilos não devem ser punidos e justifica: “as pessoas normalmente imaginam uma pessoa que planejou seus atos, um psicopata. (...) Mas não é o caso. Imaginem um homem que se encontra em plena depressão nervosa e um jovem chega para consolá-lo. Em muitos desses casos, o jovem é que é o sedutor”, afirma o padre franciscano no artigo. Claramente responsabilizando a vítima pelo abuso.

“As crianças vêm, muitas vezes, procurar uma relação romântica, e não relações sexuais” disse Groeschel, que ainda saiu em defesa dos padres pedófilos dizendo que se fossem descobertos bastaria que não repetissem seus atos, “porque a intenção deles não era de cometer um crime”.

O artigo foi retirado do ar no mesmo dia e os editores da revista, assim como o padre, se retrataram publicamente tentado afirmar que o que disseram não era exatamente o que queriam dizer.

A mesma atitude que o candidato republicano Tood Akin. Primeiro ele disse ser contra o aborto até mesmo em casos de estupro. Justificou-se questionando a violência sexual ao afirmar que uma mulher estuprada teria mecanismos “naturais” para impedir a gestação. Depois voltou atrás e disse que se compadecia das jovens violentadas e que teria se expressado de maneira equivocada. Nos EUA todos os anos milhares de vítimas de estupro recorrem ao aborto, porque lá essa pratica ainda é legal.

Igreja tem milhares de denúncias de abuso em todo o mundo

No início deste ano a Igreja reconheceu ter recebido oficialmente mais de quatro mil denúncias de abusos relacionadas a padres e bispos nos últimos 10 anos. A hierarquia católica teria reconhecido até mesmo que sua posição diante das denúncias foi “insuficiente e inadequada”. Mas como se vê o reconhecimento não foi suficiente para fazer a Santa Sé mudar de postura.

Os números na verdade são muito maiores que os “oficiais”. Em 2009 apenas na Irlanda um relatório relacionou mais de 12 mil casos de abusos em pelo menos 250 instituições da Igreja entre escolas, reformatórios, orfanatos e abrigos que foram abertos no início da década de 1930 e perduraram até os anos 90.

Nos EUA, entre 2008 e 2009, 1.018 casos foram relatados, sendo que apenas um padre, Lawrence Murphy, violentou mais de 200 crianças.

No Canadá, 1.600 vitimas. Na Alemanha, em colégios católicos nos anos de 1970 a 1990, foram 350 casos. Existem ainda denúncias no Brasil, Argentina...

A Igreja protege pedófilos, e condena crianças e mulheres

Depois de tantas denúncias e processos internacionais a Igreja foi denunciada também por estar protegendo os acusados.

A prática mais usual é a transferir o padre da paróquia ou comunidade em que atua. O que na prática aumenta a possibilidade de mais abusos acontecerem. No ano passado um caso foi escandaloso. Um bispo reconheceu ter abusado de seus sobrinhos em entrevista a uma rede de televisão. Ele renunciou ao seu cargo e tudo ficou por isso mesmo.

Em todo mundo é assim. E quando não está agindo internamente para esconder o escândalo e proteger o acusado, a Igreja está fazendo declarações onde procura colocar a culpa na vítima. Antes desse caso do padre franciscano, houve muitos outros.

Em 20009, No Brasil, o arcebispo dom José Cardoso Sobrinho para impedir a interrupção da gestação de uma criança de nove anos estuprada pelo padrasto declarou em rede de televisão que o aborto que ela faria para impedir a gestação que trazia risco para sua vida, era pior do que a violência sexual que sofreu por anos a fio.

Naquele mesmo ano, na Espanha, um cardeal também declarou que a violência e abuso sexual contra crianças e mulheres, como os abusos cometidos por religiosos aos milhares na Irlanda são menos grave que o aborto.

Em julho desse ano a posição da empresa de proteger os acusados e não as crianças ou outras vítimas de abuso resultou numa condenação inédita, no próprio EUA.

Uma juíza da Filadélfia condenou o monsenhor William J. Lynn à prisão por acobertar abusos sexuais cometidos por sacerdotes sob sua supervisão. Segundo a decisão, sendo responsável por apurar as denúncias e diante dos fatos inegáveis de abusos, “o monsenhor protegia os padres, muitas vezes transferindo-os de paróquias”. Inclusive criando as condições para que fossem feitas novas vítimas.

Nos EUA apenas no ultimo ano foram registrados oficialmente 700 denúncias de abusos sexuais, segundo levantamento da Conferência dos Bispos norte-americanos.


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