1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

foto abortoEstados Unidos - PCO - Norte-americana divulga fotos do seu próprio abortamento para desmistificar a campanha sensacionalista promovida pelos setores religiosos da sociedade.


Utilizando o codinome Jane, a mulher estadunidense criou o site “Este é o meu aborto” (http://www.thisismyabortion.com/pt) para divulgar as fotos do procedimento que realizou. "Decidi não ter um bebê porque simplesmente não estava preparada para ser mãe. Desde o início, já estava certa de que não queria levar adiante a gravidez, porque sabia que não poderia dar a meu filho o que ele mereceria. Infelizmente, não havia outra opção. Quando entrei no hospital, manifestantes contra o aborto aglomeravam-se na entrada segurando cartazes de fetos mortos. Aquelas imagens grotescas me chocaram de tal maneira que eu me senti pessoalmente agredida, triste e violada. Então, enquanto esperava pela minha vez, eu comecei a pensar na aparência do meu aborto. Foi então que decidi tirar as fotos", disse ela à BBC Brasil.

“Minha mãe realizou, ilegalmente, um aborto há 30 anos e quase morreu de hemorragia durante o procedimento. Ela passou muitos meses tentando se recuperar em silêncio, em um país onde ela seria presa, se não morta pela sua atitude. Foi assim que, há alguns anos atrás, ela compartilhou seu segredo comigo.”, acrescentou Jane.

“Recentemente, acompanhei uma amiga a uma clínica de aborto e encontramos uma manifestação anti-aborto logo na entrada do local. Alguns oravam silenciosamente segurando parafernálias religiosas. Outros seguravam cartazes com imagens enormes de fetos ensanguentados, feridos e mortos. Minha amiga ficou muito abalada e chorou enquanto eu a escoltava até a entrada. Um ano depois, eu me vi enfrentando o mesmo procedimento. Devido ao risco para pacientes e médicos que frequentam ou trabalham lá, a clínica se mudou para um local mais escondido atrás de edifícios para tratamento odontológico. Os manifestantes, mesmo assim, se mudaram para o outro lado da rua.”, contou Jane.

Diante do assédio promovido pelos fanáticos religiosos, Jane resolveu promover a campanha para contar que, para a sua própria surpresa, o aborto legal, regulamentado pelo Estado, não tem semelhança alguma com as imagens e relatos que teve contato na entrada da clínica. “Vendo, novamente, as horríveis imagens que eles divulgaram, eu não estava certa se estava mais assustada de ser pressionada por manifestantes anti-aborto ou se estava mais ansiosa pelo procedimento em si.”.

Ademais, a experiência que teve foi tão diferente do imaginado que tirou, sem o conhecimento da clínica, fotos com o seu próprio celular do procedimento para divulgar a todos a farsa do mito construído em torno do aborto: “Mas uma vez passado as portas à prova de balas da clínica, entrei em um santuário. Aconselhada e preparada fisicamente, deixei de lado a ansiedade nesse espaço seguro. O procedimento em si, embora desconfortável, era simples e fácil. Depois de tudo feito, com um pouco de cólica, eu fui para minha casa onde dormi o resto do dia. Pensando em minha mãe e sua jornada angustiante, eu sabia que era incrivelmente privilegiada por ter tido o meu corpo tratado por médicos e especialistas, e meu psicológico assegurado por experientes profissionais”.

Jane procurou, através da divulgação das fotos, denunciar a tentativa dos setores mais reacionários da sociedade em oprimir e retirar da mulher o seu direito de optar entre realizar ou não o aborto quando achar necessário. “As imagens estão, literalmente, sendo usadas como uma arma para petrificar e assaltar os espectadores de medo, isolamento e vergonha. As cruéis imagens dos manifestantes de fetos sem vida fez-me sentir enganada e manipulada.”

Em menos de 48 horas, seu site recebeu milhares de comentários, de vários lugares do mundo, apoiando sua decisão.

Assim como outras mulheres já fizeram, Jane procurou desmistificar o aborto e dar ao procedimento perspectivas mais objetivas. A repercussão positiva que as imagens proporcionaram só torna ainda mais claro que a proibição do aborto e a perseguição às mulheres que o realizam são ideias reacionárias que nada tem a ver com a “defesa da vida”, mas sim com a tentativa de oprimir e escravizar a mulher.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.