O jornal local "Cape Times" informou que, com a morte da mulher, apenas duas pessoas na África do Sul seguem falando a língua originária do Deserto de Kalahari.
Segundo a fonte, o Comitê Coordenador dos Povos Indígenas da África do Sul qualificou Aenki, cuja morte aconteceu no dia 7 de janeiro, mas só foi confirmada nesta sexta, como "grande contadora de histórias".
"Ela e sua filha cooperavam com a Unesco para conservar e promover a língua do povo de Khomani, no deserto de Kalaha", acrescentou o Comitê.
Com a língua praticamente desaparecida, são conservadas cerca de 12 mil páginas de transcrições do san oral. Nelas, há informações sobre mitos, crenças e rituais do povo khomani.
O linguista alemão Wilhelm Bleek, grande estudioso da língua San, publicou em 1956, nos Estados Unidos, um dicionário explicativo deste idioma à beira da extinção.