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3017122504 ee2f56d1f3 zEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Crescimento? Qual crescimento?


Manifestação anticapitalista e anti-austeridade. Foto: A. Golden (CC BY-NC-ND 2.0)

A Administração Obama se transformou numa espécie de rainha da Inglaterra, cercada, cada vez mais, pelos Republicanos, e principalmente pela extrema-direita agrupada no Tea Party, que controla as duas câmaras do Congresso e tem enorme influência no poder executivo.

No próximo ano, acontecerão eleições nacionais nos Estados Unidos. O grupo ligado a Obama tenta criar alguns fatos para facilitar a continuidade da política. Para isso, busca uma certa estabilização no Oriente Médio, a “detente” na Ucrânia e no Mar da China, ao mesmo tempo que busca aumentar a espoliação na América Latina, mantendo uma certa estabilidade social.

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Para o próximo período, está colocado um novo colapso capitalista de gigantescas proporções que deverá impulsionar o movimento da classe operária mundial, após quase 30 anos de sono neoliberal. A base é a crise econômica, cujo aprofundamento a burguesia assiste estupefata.

Os monopólios tentam garantir os lucros a qualquer custo perante a pressão do colapso. Devido ao esgotamento da extração de lucros a partir da produção, a especulação financeira tem disparado e enfrenta a ameaça de implodir catapultada pelos trilhões de dinheiro podre repassados pelos bancos centrais.

A burguesia monopolista tenta se valer das políticas “democráticas” até onde for possível. Mas quando a situação política sai do controle não titubeia em aplicar golpes de estado pinochetistas, como ficou muito claro, recentemente, no Egito. Essa é também a base do crescimento da extrema-direita em todo o mundo.

No próximo período, o enfrentamento aberto entre a burguesia e os trabalhadores estará colocado à ordem do dia no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e no mundo.

O colapso do milagre do xisto

Em dezembro de 2014, jornais do mundo inteiro publicaram a notícia de que a economia norte-americana vinha crescendo a taxas anualizadas de 4% (alguns diziam 5%). Para este ano, as previsões superam os 3%. Comentaristas eufóricos “explicam” que finalmente a economia dos Estados Unidos teria saído da crise, que o crescimento seria, supostamente, saudável e sustentado. É a previsão de um 2015 róseo para a economia norte-americana. Para quem acompanha o desenvolvimento a situação política internacional, entretanto, trata-se apenas de um ritual semestral que se repete desde a crise de 2008: alguns indicadores econômicos positivos isolados são analisados fora do contexto maior, análises estridentemente eufóricas são publicadas na imprensa burguesa e, meses depois, quando a “recuperação” mostra-se inexistente, todos esquecem do assunto. O Financial Times, o The Economist, o Bloomberg e o Wall Street Journal, entre outros, que funcionam como observatórios do imperialismo mundial, voltaram a anunciar o fim da “recessão”. A verdade, dura e incontornável, é que não há recuperação econômica real à vista, seja nos Estados Unidos, na Europa ou no Japão.

A solução “mágica” do petróleo extraído de depósitos de xisto (“tight oil”) revelou-se como mais uma bolha insuflada pelos especuladores financeiros. Agora está prestes a estourar por causa da vertiginosa queda dos preços de petróleo nos mercados especulativos internacionais. Os países tradicionais exportadores de petróleo, como a Arábia Saudita, a Rússia, a Venezuela e vários países africanos, podem, com várias limitações, lucrar com o petróleo convencional devido aos baixos custos de produção. Mas os altos custos da produção de xisto, assim como acontece com a produção em águas profundas, estão colocando esses setores em xeque. O número de sondas de perfuração em operação é o mais baixo desde 2011.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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