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301114 precoEl Blog Salmón - [Marco Antonio Moreno] A queda de 35% do preço do petróleo nos últimos cinco meses é, sem dúvida, o melhor presente de Natal para muitos habitantes do planeta. No entanto, o que esconde a queda do preço do petróleo não é motivo de regozijo. Esta redução mostra-nos que os gastos do consumidor estão a cair com grande rapidez, com o tsunami financeiro que implica a escalada de falências, bem como a desesperada situação dos países produtores de crude que veem como um terço de sua principal fonte de rendimentos se desvaneceu.


A Organização de Países Produtores de Petróleo, OPEP, o cartel petrolífero responsável por 30% da produção mundial de petróleo, decidiu na quinta-feira não reduzir a produção, apesar do excesso de oferta, uma decisão que vai trazer mais pressão para a baixa dos preços. A produção da OPEP manter-se-á em 30 milhões de barris diários até junho de 2015 e só a reunião marcada para 5 de junho em Viena decidirá se aplica um corte da produção.

Começamos agora a ver o duro golpe que provocou o desvanecimento do milagre exportador chinês e como a redução da sua procura de recursos retroalimenta o ciclo recessivo. Ao mesmo tempo, neste ano, e graças aos caprichos do fracking, os Estados Unidos chegaram ao seu mínimo de importação de petróleo da OPEP nos últimos 30 anos. A asfixia faz-se sentir em cheio nas redes do sistema financeiro, que sofre a ameaça de um colapso sem controlo do esquema ponzi dos preços futuros.

Sob o cancro da deflação

Não existe um ciclo de sobreinvestimento tão prolongado que ameace a estabilidade financeira da mesma forma que a contração que sofre hoje o preço do petróleo. Empréstimos que já são incobráveis tornam-se ainda mais incobráveis com o verdadeiro cancro da deflação. As consequências mais graves chegam aos países produtores de petróleo cuja estabilidade orçamental depende dos rendimentos procedentes das suas exportações. O rublo russo perdeu 27% do seu valor desde junho, a coroa norueguesa perdeu 12% enquanto o naira nigeriano está num mínimo histórico.

Também o valor das empresas petrolíferas caiu a pique e as ações da British Petroleum desceram 17%, as da Chevron 12% e a Seadrill (o maior proprietário de plataformas petrolíferas do mundo) perdeu 23%.

As perdas também põem a banca sob pressão e o Barclays, o Wells e o UBS começaram a vender as suas participações acionistas a 60 centavos de dólar, assumindo uma perda de 40%. Mesmo assim estima-se que a banca não poderá reliquidar todos os seus ativos e deverá absorver perdas volumosas em montantes de vários milhares de milhões de dólares. O esquema ponzi dos preços futuros, que apostou sempre no consumo crescente de petróleo que ajudaria a manter os preços elevados, choca-se hoje com a brutal realidade e abre um novo foco de conflito na maior crise económica dos últimos cem anos.

Tradução de Luis Leiria/Esquerda.net.


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