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121013 getoutGrécia - Envolverde - A Grécia continua desmantelando seu setor público em uma desesperada tentativa de convencer a tróica, formada por Banco Central europeu, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia, a lhe dar um novo resgate em outubro.


A tróica quer que o governo grego demita quatro mil funcionários públicos e suspenda outros 12.500 até o final de setembro. Mais 12.500 postos de trabalho serão eliminados até o final deste ano.

O primeiro-ministro, Antonis Samaras, ordenou aos seus ministros que desmantelem rapidamente toda estrutura pública que considerem ineficiente, e que apresentem listas com os nomes das pessoas que serão demitidas ou enviadas ao seguro-desemprego, que tem duração de oito meses, durante os quais o funcionário recebe 75% do salário. Concluído esse prazo, é demitido, se não houver um novo posto para ocupar.

O surpreendente fechamento da televisão pública, em junho, foi o primeiro passo nessa direção, e deixou dois mil trabalhadores na rua. O governo também fechou escolas técnicas que ofereciam cursos de curta duração a famílias de baixa renda, e enviou cerca de dois mil professores ao seguro-desemprego, bem como dois mil seguranças escolares e 3.500 policiais municipais.

Themistocles Kotsyfakis, que dava aula em uma escola técnica sobre fabricação de equipamento médico, também acabou no seguro-desemprego. "Isto não é uma reforma. Não há estudo sobre o fundamento destas medidas, e não foi feito nenhum tipo de avaliação para decidir quem vai e quem fica", disse à IPS. "Muitos de nós serão demitidos. Ninguém tem o futuro garantido. O seguro-desemprego é um passo para o desemprego", lamentou.

Enquanto o governo se esforça para alcançar a cota acordada, o ministro da Saúde, Spyridwn Georgiadis, decidiu fechar seis hospitais na região metropolitana de Atenas, por considerá-los ineficazes. Isto deixará cerca de 1.250 médicos sem emprego. Xaralampos Farantos, cirurgião do Hospital Geral de Patisia, no centro da capital, está na lista. O médico afirmou à IPS que a ineficácia dos hospitais é culpa do próprio governo.

"Todos esses hospitais estão sem pessoal médico adequado há muito tempo, devido a acordos anteriores com a tróica que afetaram o setor público", contou Farantos à IPS. "Os hospitais tiveram que suspender os serviços de emergência porque os pacientes se recusaram a pagar as novas taxas de admissão", impostas pelas medidas de austeridade, afirmou. "Então, o fato de ter se reduzido o número de atendimentos foi visto como uma prova de nossa ineficácia, e por isso nos incluiu na lista. Foi um método desonesto", ressaltou.

O governo também estuda o fechamento ou a privatização de três companhias militares e de uma empresa pública produtora de níquel. Isto ajudaria a acrescentar dois mil demitidos à cota. Entretanto, o sacrifício em massa de funcionários públicos ocorre em meio a advertências de que o plano de ajuste não vai funcionar. O FMI admitiu erros de cálculo sobre o custo das reformas e de sua capacidade para recuperar a economia. O FMI reconheceu, em maio, que havia violado três de quatro de suas diretrizes fundamentais ao unir-se ao pacote de resgate liderado pela União Europeia (UE), e revelou que as medidas foram desenhadas, na realidade, para salvar o euro e não para ajudar Atenas.

O atual pacote de resgate para a Grécia terminará na primavera boreal de 2014. Então, este país afundará no desassossego, com um desemprego acima dos 30%. A economia terá sofrido contração superior a 27% desde o começo da crise. Enquanto isso, o futuro grego divide o Ocidente. O FMI e os Estados Unidos são partidários de políticas de desenvolvimento e de geração de empregos, possivelmente incluindo um grande perdão da dívida, mas a União Europeia, liderada pela Alemanha, exige mais austeridade.

O ministro alemão das finanças, Wolfgang Schauble, nega que o programa de austeridade esteja fracassando e, em uma visita a Atenas no mês passado, anunciou um novo plano de medidas para 2014. Crescem os temores de que o Estado grego imploda sob a carga da austeridade, e analistas sugerem que Berlim e a UE teriam um plano B, pelo qual algumas funções básicas do Estado grego ficariam a cargo de seus credores internacionais. O analista político Giannis Kiboyropoulos disse à IPS que o primeiro óbvio sinal desse cenário surgiu no final de julho em um informe do alemão Instituo Kielo para a Economia Mundial.

"Tecnocratas alemães, após mencionarem o óbvio perigo do colapso das reformas na Grécia, propuseram a criação de um comitê independente de dívida que cuidaria da administração pública, do mercado de trabalho, das privatizações, do transporte, da energia, do mercado varejista e das políticas empresariais", pontuou Kiboyropoulos. Por sua vez, "os representantes da tróica na Grécia advertiram que estenderiam seu controle sobre as instituições responsáveis pelas privatizações e pela recapitalização dos bancos. Não se deve considerar isto uma simples coincidência", enfatizou Kiboyropoulos.


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