1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

160713 china crise bolha financeiraChina - PCO - O fôlego da "locomotiva chinesa" está esgotado. As bolhas financeiras crescem e a recessão avança. Os exportadores de matérias como o Brasil serão atingidos em cheio.


O crescimento oficial da China no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi de 7,5%, o mais fraco desde 1990. A locomotiva do crescimento capitalista mundial está esgotada.

Até numa gafe cometida pelo ministro das Finanças, Lou Jiwei, numa entrevista, declarou que esperava que o País cresceria entre 6,5% ou 7%. Perante o impacto causado no mercado especulativo, o governo, logo em seguida, disse que a meta era de 7,5% e que não havia revisão.

No primeiro trimestre, o crescimento oficial teria sido de 7,7% e no penúltimo de 7,8%.

O crescimento industrial foi de 8,9% em junho, contra 9,3% em maio. O investimento em capital fixo caiu de 20,6% para 20,1%. As exportações caíram pela primeira vez em mais de um ano. Somente as vendas no varejo apresentaram um ritmo de crescimento maior, de 12,8% para 13,3%, embora muito abaixo do primeiro semestre como um todo, fruto da enxurrada de dinheiro público no sistema financeiro, cada vez mais parasitário.

As estatísticas de crescimento manipuladas e o aumento da especulação financeira

As taxas do crescimento chinês apresentadas pelo governo são ultra-manipuladas, assim como o são em todos os países capitalistas. Simplesmente, aplicando a mesma metodologia baseada em dados “anualizados”, ou seja considerando as variáveis sazonais (especificidades do período), como é feito pela maioria dos países, o crescimento foi inferior a 7%, contra 7,5% no trimestre anterior e 7,8% no último do ano passado. Na realidade, a situação é muito pior, da mesma maneira que acontece nos demais países capitalistas, pois são considerados como componentes do crescimento, por exemplo, as ultra-parasitárias tarifas bancárias, os repasses de recursos públicos para os capitalistas que aumentam a dívida pública e a especulação descarada com matérias primas.

A especulação financeira tem disparado na China desde 2009 quando, com o objetivo de conter a queda das exportações, o governo injetou nos bancos US$ 650 bilhões com o objetivo de manter a economia funcionando. Os resultados têm sido nefastos. Assustadoras bolhas financeiras ameaçam estourar. A dívida dos governos locais alcançou Rmb 10 trilhões, ou a quinta parte do PIB, em crescente aumento, pois devido à paralisia emitem enormes volumes de títulos financeiros para cobrir as contas que ficaram dependentes em 40% da venda das terras públicas, agora impactada pelo esgotamento da especulação imobiliária.

O valor acionário dos bancos chineses está em queda livre. O do Banco da China, por exemplo, caiu 30% neste ano.

Qual é o impacto do aprofundamento da crise capitalista na China?

O aprofundamento da crise capitalista na China representa um dos principais focos do iminente colapso capitalista mundial.

A China cumpriu um papel central na implantação do neoliberalismo fornecendo produtos manufaturados de baixo valor agregado e a preços muito baixos devido à super-exploração dos trabalhadores chineses. Após o colapso capitalista de 2007-2008, a China teve um papel central na aceleração da especulação financeira com matérias primas comercializadas nas bolsas futuro de commodities. À maioria dos países atrasados correspondeu o papel de fornecedores de matérias primas.

As exportações brasileiras ficaram dependentes da exportação especulativa de meia dúzia de matérias primas. O impacto já está acontecendo. No ano passado, o carro chefe, o minério de ferro, sofreu uma queda nas vendas de US$ 10 bilhões (25% do total) devido ao enfraquecimento da especulação imobiliária na China. A queda foi compensada parcialmente devido ao aumento nas vendas de produtos agrícolas, mas tratam-se de operações basicamente artificiais. Boa parte dos títulos financeiros relacionados à soja, por exemplo, foram usados como fiança para a obtenção de empréstimos que tinham como destino a especulação financeiras. Operações parecidas também foram feitas com exportações falsas e inchadas feitas para vários países da Ásia, principalmente Hong Kong e Taiwan, com o objetivo de ultrapassar os limites oficiais para a entrada de capitais especulativos.

O colapso da China é inevitável, assim como o da economia capitalista mundial, no próximo período. O impacto sobre o Brasil será gigantesco, pois afundará o já convalescente superávit comercial. Sobre os países desenvolvidos a queda da venda de produtos manufaturados de alto valor agregado à China afundará ainda mais os lucros dos monopólios. Mas o grande impacto acontecerá sobre a própria China e os países da região. A gigantesca classe operária se colocará de pé e inevitavelmente entrará em confronto direto com as burguesias locais e o imperialismo.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.