A agência estatal Pole Emploi anunciou que ao redor de 36 mil franceses perderam o emprego durante março, ultrapassando assim a cifra estabelecida em janeiro de 1997.
Se forem consideradas pessoas que realizaram alguma atividade de tempo parcial ou com salários reduzidos, a quantidade aumenta para quatro milhões 700 mil no território metropolitano, que inclui a porção continental e a ilha de Córcega.
O fenômeno afeta todos os setores, ainda que o impacto maior esteja concentrado entre menores de 25 anos e maiores de 50.
Os resultados de março colocam em dúvida o objetivo do presidente François Hollande de começar a reverter a curva do desemprego no final de 2013 com as medidas implementadas por seu governo.
Já estão em andamento os programas "Empregos do futuro" e "Contrato de geração", assim como um fundo de 20 bilhões de euros para estimular a competitividade das empresas.
Até o momento, no entanto, os patrões não pareceram dispostos a aceitar os programas, apesar dos estímulos fiscais do executivo.
Da República Popular da China, onde está em visita oficial de dois dias, o presidente Hollande reconheceu que a taxa de desemprego está muito elevada, e diz estar confiante que conseguirá acordos econômicos com o país asiático para contribuir com a geração de oportunidades de trabalho.
Um dos problemas que o executivo deve resolver é o estancamento do Produto Interno Bruto (PIB), que este ano só crescerá 0,1 pontos.
De acordo com os especialistas, para gerar suficientes empregos, o PIB deve aumentar em 1,5% de maneira sustentada, uma cifra da qual a França está bastante longe.
Além disso, dezenas de empresas anunciam planos de reestruturação com a intenção de reduzir a folha de pagamento e os custos operativos.
A defesa do emprego será uma das principais reivindicações durante as manifestações do próximo 1 de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.