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crise-mundial-economicaPCO - Todos os países que não entraram em recessão em 2009 têm visto os mecanismos de contenção se esgotarem o a crise avançar. Até o discurso sobre a suposta "blindagem" da economia caducou


A crise capitalista atingiu em cheio os "tigres asiáticos". Grande parte do boom no crescimento dos chamados "tigres asiáticos" teve como origem um grande fluxo de capitais especulativos para as bolsas de valores na década de 1990, no auge do neoliberalismo – Taiwan em 1991, Índia em 1992, Coreia do Sul em 1993, e a Rússia em 1995. O crescimento das bolsas nos chamados países emergentes foi de 600% entre 1987 e 1994, passando a representar 8% do mercado mundial, a partir de 1%. O esgotamento aconteceu com a crise do México em 1994 e da Turquia em 2002, quando o percentual despencou para 4% do total e perdeu a metade do valor.

O percentual do PIB dos países em desenvolvimento no PIB mundial caiu de 23% para 20% entre 1987 e 2002, com exceção da China que passou a representar 4,5%.

A partir da escalada da especulação mundial, em cima dos derivativos financeiros, em 2003, o colapso das bolsas levou à migração de enormes volumes de capitais especulativos para os países emergentes. O percentual no PIB mundial passou de 20% para 34%, o que teve como um dos principais fatores determinantes a supervalorização das moedas locais, imposta pelos especuladores com o objetivo de facilitar a repatriação dos lucros. O percentual no mercado de ações passou de 4% para 10%. Os rendimentos de 37% ao ano até 2008, são coisa do passado.

As altas taxas de crescimento dos "tigres asiáticos" (Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura) se esgotaram com a crise de 1997-1998. Os "novos tigres asiáticos" (Indonésia, Malásia, Tailândia, Filipinas e Vietnam) experimentaram um certo crescimento que se esgotou em 2011.

A Coreia do Sul, que era um dos países mais dinâmicos da região, baseado numa economia exportadora, tem visto a economia ruir e os ritmos de crescimento caírem de 5% para menos de 1,5%.

A Tailândia e as Filipinas têm produzido altas taxas de crescimento devido aos baixos salários, o que levou às multinacionais japonesas a levarem plantas industriais inteiras. Nos últimos meses, a crise também atingiu em cheio esses países onde estouraram grandes protestos dos trabalhadores, principalmente na Tailândia.

As "novas" políticas do imperialismo para a região representam exatamente "mais do mesmo". A nova coqueluche agora é a Birmânia, onde está sendo construído um centro industrial avaliado em US$ 50 bilhões, pois os salários foram fortemente arrochados pela sanguinária ditadura militar que governou o País por mais de 40 anos e é muito rico em matérias primas.

O aprofundamento da crise capitalista na Europa Oriental

Dos candidatos a ingressar na UE (União Europeia), a Polônia tem sido o único país que tem conseguido um relativo crescimento, perante o aprofundamento da crise na República Checa e na Turquia.

A produção industrial turca, principalmente no setor têxtil, tem sofrido forte contração devido à queda das exportações. A crise na Síria tem provocado o avanço do conflito com os curdos, que dominam a região oriental do País, que está no foco da política que tenta converter a Turquia num nó do transporte de petróleo e gás, proveniente do Cáucaso, das repúblicas da Ásia Central e do Irã para a Europa.

A Polônia foi o único país da UE a não entrar em recessão em 2009, mas a crise também o atingiu em cheio em 2012. As exportações, os investimentos e o consumo não têm parado de cair, apesar dos sucessivos cortes nas taxas de juros pelo banco central. O desemprego (estatísticas oficiais) está próximo aos 13%.

O setor automobilístico, um dos principais, caiu 20% nos primeiros 10 meses de 2012 na comparação com o mesmo período de 2011, devido aos problemas enfrentados pela Fiat e a Opel. A redução do déficit público de 7,9% em 2010 e 5,1% em 2011 para 3,1% obrigou o governo a aumentar os ataques contra os trabalhadores, por meio de programas de austeridade, o que têm provocado um grande aumento do descontentamento social.

O endividamento público não para de crescer e os efeitos dos enormes gastos em infraestrutura para receber o campeonato de interclubes europeu, em 2012, está cobrando o preço, deixando para atrás o enfraquecimento do estado e vários elefantes brancos, como estádios e hotéis com baixas taxas de ocupação etc.

O crescimento da economia deverá fechar apenas um pouco acima de 1%, após ter crescido 4% em 2011.

Um ponto muito importante na análise da crise capitalista na Polônia é que a "saída" que o governo tem tentado implementar é exatamente a que o governo brasileiro está sendo implementar – mais recursos obtidos pela venda de títulos públicos, sem lastro produtivo, destinados a obras de infraestrutura, obras para eventos esportivos internacionais em cima de recursos públicos, produção de gás a partir do xisto e cortes nas taxas de juros, com um dos mecanismos de repasse de recursos públicos para os capitalistas. Mesmo promovendo a desvalorização da moeda local, o zloty, a queda nas exportações não consegue ser contida enquanto as importações têm aumentado. O mercado de dívida pública polonesa já é o maior da Europa Oriental.

Vários outros países da região, como a República Checa e a Hungria, estão tentando implementar as mesmas políticas, mas os efeitos têm sido pífios devido à maior fragilidade das economias.

O atual governo da Polônia, que elegeu o líder da conservadora Plataforma Cívica, Donald Tusk, em outubro de 2011, da mesma maneira que tem acontecido no Brasil, foi obrigado a abandonar o discurso demagógico sobre a suposta blindagem da economia para empreender reformas neoliberais em larga escala.


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