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de guindosEstado espanhol - PCO - O mercado imobiliário acumula mais de € 100 bilhões em títulos podres e quase 700 mil imóveis que não conseguem ser vendidos.


O número de novos financiamentos destinados à compra de imóveis caiu pelo 28o. mês consecutivo, em agosto, quando sofreu queda de 28,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e o pior nível desde 2003. A queda média dos preços no mesmo período foi de 3,3% e em mais de 25% desde 2008, enquanto a inflação (oficial), somente nos últimos 12 meses, acumula mais de 3,4%. As taxas de juros cobradas pelos bancos são de 4,23% ao ano, quase 1% acima da inflação e muito acima da taxa Libor, que está abaixo de 1%.

Além da paralisia econômica, a inadimplência no setor não para de subir e já se encontra em 10,5% do total das hipotecas, acima inclusive dos 9,15% de 1994.

Além do estancamento e a inadimplência no setor, o pior problema se relaciona com a existência de mais de 670 mil imóveis novos que não conseguem ser vendidos há mais de três anos, uma grande parte dos quais estão nas mãos dos bancos.

Os bancos alemães, em primeiro lugar, seguidos pelos bancos franceses, comandaram a farra financeira desde o início da década passada até o colapso de 2008. Forneceram crédito farto e fácil para promover as exportações e a especulação imobiliária em larga escala.

O que o governo Rajoy pretende fazer com os títulos imobiliários podres?

A “solução” do governo Rajoy para os títulos imobiliários podres, por imposição da UE (União Europeia), é a estruturação do Sareb, o banco que concentrará os títulos podres dos bancos resgatados e que serão vendidos no mercado financeiro, basicamente o mercado de derivativos. Pode parecer estranho, mas se trata de um mercado bastante procurado pelos especuladores, pois paga taxas de juros mais altas, os chamados high yields; somente nos EUA, movimenta mais de US$ 5 trilhões.

Oficialmente são computados em torno de € 100 bilhões de títulos imobiliários podres, mas o montante real é impossível de ser conhecido, pois na grande maioria encontram-se “perdidos” nos intrincados mecanismos da especulação financeira. A venda de imóveis com altos descontos também aceleram a deterioração dos balanços dos bancos, que os computam pelo valor cheio, e que, portanto, aumentará o volume de títulos podres – alguns analistas falam que o volume poderá passar para € 600 bilhões caso os preços dos imóveis continuarem caindo e a inadimplência aumentando, conforme todos os índices econômicos indicam que é exatamente que acontecerá.

Somente no último trimestre, a queda dos preços foi em média de 9,3% na comparação interanual de acordo com o Ministério de Fomento. Recentemente, o Bankia levou a leilão 1.100 imóveis com descontos de até 60%.

O estouro da bolha imobiliária contaminou profundamente a economia espanhola. Os planos de austeridade, impostos pelos especuladores financeiros, não conseguiram conter o aprofundamento da crise, inclusive porque o principal objetivo é manter os lucros dos capitalistas e manter em funcionamento os mecanismos da especulação financeira.

A Espanha representa a ponta do iceberg da crise capitalista mundial, pois além de caminhar aceleradamente em direção à bancarrota, devido a representar a quarta economia da Europa e à alta exposição das principais potências imperialistas, tem condições de levar à economia mundial à pior crise da história.


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