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300912 povertyReino Unido - Carta Capital - [Toby Helm] O padrão de vida das famílias de baixa e média renda cairá até 2020, mesmo que a Grã-Bretanha entre em uma fase dourada de crescimento econômico constante, concluiu uma análise incendiária sobre a crescente desigualdade de renda no país.


O estudo independente, realizado para a Fundação Resolution pelo Instituto de Estudos Fiscais (IFS na sigla em inglês) e o Instituto para Pesquisa do Emprego, pinta uma imagem sombria de um país cada vez mais polarizado entre uma metade mais pobre, cuja renda está destinada a encolher, e uma metade mais rica, cujo padrão de vida continuará aumentando.

A temporada de conferências políticas começa em Brighton neste fim de semana, com os liberal-democratas de Nick Clegg promovendo-se como o partido da "imparcialidade" em tempos austeros, e a pesquisa apresentará perguntas mais abrangentes para políticos de todo o espectro. O ministro da Fazenda, George Osborne, foi acusado de "travar uma guerra" contra os pobres da Grã-Bretanha, ao pretender cortar mais 10 bilhões de libras do orçamento de assistência social até 2016. Mas, conforme cresce a pressão sobre o governo para abrandar as medidas de austeridade e lançar um impulso de crescimento, o novo estudo deixa claro que mesmo uma economia em recuperação não solucionará o problema da crescente divisão na sociedade britânica.

Intitulado "Quem ganha com o crescimento?", o estudo deixa claro que a futura prosperidade para os trabalhadores na metade inferior da renda depende de uma revolução de políticas em várias frentes: aumentar o número de mulheres que trabalham, reforçar a educação e o ensino técnico e aumentar os salários dos que ganham menos. Sem isso, diz o relatório, uma família típica de baixa renda verá sua renda líquida cair 15% em termos reais até 2020 — de 10.600 libras (a preços de 2009) para apenas 9 mil libras no final da década (também a preços de 2009).

Uma família típica perto da renda média poderia esperar um rendimento de 22.100 libras em 2020 — uma queda de 3% em relação a 22.900 libras em 2009. De modo geral, até 2020 as famílias que dependem de benefícios poderão esperar um declínio anual da renda de 1,7%. Enquanto isso, as famílias na metade superior podem esperar que seus padrões de vida aumentem 0,2% ao ano até 2020; e mais rapidamente para os mais afluentes. A renda média típica de um casal em idade ativa é de aproximadamente 30 mil libras brutas, subindo para 42 mil para um casal com dois filhos.

As conclusões são ainda mais alarmantes pois se baseiam em projeções de crescimento generosas para o período entre hoje e 2015, em média de 1,5% ao ano, e um crescimento médio de 2,5% de 2015 a 2020 — níveis que a maioria dos economistas hoje consideraria relativamente otimistas.

O professor Mike Brewer, pesquisador no IFS, disse que tudo indica que com as atuais políticas do governo a tendência seria fortemente contra o crescimento da renda das famílias na camada inferior.

"Esta análise confirma as fortes correntes que estarão pressionando contra o crescimento da renda nos próximos dez anos, mesmo que uma recuperação do PIB se afirme", ele disse. "Parece provável que a Grã-Bretanha terá uma constante polarização no mercado de trabalho, enquanto se criam mais empregos com altos e baixos salários, inclinando a distribuição do crescimento da renda para as famílias de renda maior.

"Enquanto isso, o apoio através do sistema de impostos e benefícios está destinado a cair em longo prazo, o que significa que as famílias de renda mais baixa tenderão a ficar para trás."

O estudo identifica vários motivos para o aprofundamento da divisão nos padrões de vida. Embora novos empregos estejam sendo criados, ele revela que muitos deles se situam nas camadas superior e inferior da escala de renda, e poucos no meio. Em 2020, diz o documento, a Grã-Bretanha poderá esperar 2 milhões de empregos a mais nas ocupações profissionais e de gerência, de salários maiores, e também um crescimento nas funções de serviços de baixa qualificação, com mais de 700 mil novos cargos no comércio, cuidados pessoais e lazer. Mas empregos mais tradicionais na camada média, em funções administrativas qualificadas e industriais qualificadas — estão secando.

Gavin Kelly, executivo-chefe da Fundação Resolution, disse: "Este é um poderoso toque de despertar — ele é o relato mais detalhado até hoje da árida previsão para os padrões de vida na próxima década se não enfrentarmos algumas das fraquezas subjacentes de nossa economia. Ele sugere que milhões de famílias terão dificuldades, em uma medida que não vimos em outros períodos de crescimento, para progredir e aumentar suas rendas. Isso é especialmente preocupante porque a previsão se baseia em suposições otimistas de crescimento da economia, com um número de pessoas empregadas em constante crescimento.

"De modo igualmente importante, o estudo sugere algumas das opções positivas que, se fossem adotadas, em conjunto, fariam uma grande diferença para os padrões de vida de milhões de lares de baixa e média renda ao longo da década. Ele nos dá ao mesmo tempo uma dura advertência e as linhas gerais de um caminho alternativo."

Ao explorar as possíveis rotas para sair da crise, o relatório examina qual seria a consequência se os salários das pessoas de baixa renda aumentassem no mesmo ritmo verificado na década em torno da adoção do salário mínimo nacional em 1999. Ele também projeta um futuro em que a Grã-Bretanha se equipara à porcentagem de mulheres trabalhadoras alcançada pelos países de melhor desempenho na OCDE, como os escandinavos, o que provavelmente exigirá uma grande expansão da oferta de cuidados a crianças. E sobre educação ele examina os efeitos de uma melhora nas qualificações intermediárias, o que significa desenvolver a educação vocacional.

Para uma família típica de renda média, a adoção dessas três mudanças significaria mais 1.600 libras por ano em 2020, comparado com o atual trajeto da Grã-Bretanha.


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