Os trabalhadores trabalham “14 horas por dia e recebem sete euros por hora”, enquanto os colegas belgas “com a mesma profissão recebem 16 euros por hora”, sublinhou o presidente do Sindicato da Construção de Portugal, citado pela agência Lusa.
Albano Ribeiro adiantou ainda, durante uma conferência de imprensa que teve lugar esta sexta feira no Porto, que “estão a dormir sete trabalhadores num espaço que era para dois e sem qualquer espaço para colocarem a roupa”, que permanece “na mala que levaram de Portugal”.
“É esta a capital da democracia, Bruxelas?”, interrogou o dirigente sindical durante a sua intervenção, frisando que a NATO “devia dar o exemplo”.
Atualmente estarão a trabalhar em Bruxelas “milhares de trabalhadores portugueses do setor da construção”, levados de Portugal “às camionetas por um angariador português, sem alvará nem registo”, conforme avançou Albano Ribeiro.
O sindicalista vai “pedir a intervenção” do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso”, assim como reclama ainda a “intervenção” da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), da secretaria de Estado das Comunidades, da Polícia Judiciária portuguesa e da sua congénere belga.
“Estas entidades têm que intervir, porque esta emigração é pior que a da década de 60/70 em alguns aspetos”, avançou, alertando que, se não for tomada “uma posição de força, até final do ano vão surgir uma grande quantidade de escravos contemporâneos” na construção e “vai ser difícil travar a revolução social” dos trabalhadores do setor.
Foto: Esquerda