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290712 paraisoOpera Mundi - O grupo britânico Tax Justice Network concluiu que, com isso, a desigualdade em alguns países é maior do que se imaginava


A elite milionária global explorou brechas nas regras financeiras transnacionais para esconder ao menos 21 trilhões de dólares em paraísos fiscais até o final de 2010, concluiu uma pesquisa do grupo britânico TJN (Tax Justice Network). A quantia de dinheiro calculada é equivalente à soma do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos e Japão. [A maioria dos paraísos fiscais fica localizada em ilhas no Caribe]

No entanto, esse montante não representa o valor total que esses indivíduos desviaram durante todo o período. Isso porque o estudo apenas utilizou dados de contas e investimentos bancários proveniente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e bancos centrais, deixando de tratar de outros ativos, como propriedades e iates.

Além disso, como o relatório informa, outra pesquisa do TJN que utilizou fontes de dados diferentes estimou que o valor de dinheiro depositado ou aplicado de forma ilegal é de cerca de 32 trilhões de dólares. De acordo com as informações divulgadas pelo relatório, este dinheiro pertence a menos de 10 milhões de pessoas e, do total, 9,8 trilhões de dólares estão nas mãos de apenas 100 mil indivíduos ou 0,001% da população mundial.

Os 21 trilhões de dólares estimados vazaram de dezenas de países em jurisdições secretas para paraísos fiscais, como a Suíça e as Ilhas Cayman, com a ajuda de instituições financeiras privadas que procuram atrair os fundos da elite mundial. No entanto, não são bancos obscuros e desconhecidos que operam os fundos ilegais até os paraísos fiscais, mas sim grandes e famosas instituições.

A pesquisa descobriu que, no fim de 2010, os 50 maiores bancos privados do mundo administravam mais de 12,1 trilhões de dólares dessa quantia para seus clientes, sendo que metade deste valor era comandada apenas pelos 10 principais bancos do mundo. As instituições que controlavam a maior parte dos fundos eram UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.

A riqueza da elite está "protegida por uma quadrilha muito bem remunerada e preparada de profissionais de bancos privados, de indústrias de contabilidade e de investimento que tiram proveito da falta de regulação da econômica global", explica James Henry, coordenador da pesquisa, no relatório.

A China, a Rússia e a Coreia foram os países mais afetados pelo desvio de dinheiro. Segundo estimativas do relatório, cerca de 1,18 mil trilhão foram desviados da China e 798 trilhões da Rússia a partir da década de 1990. O Brasil aparece em quarto lugar na lista com 520 trilhões em fundos em paraísos fiscais.
Desigualdade

Para muitos países em desenvolvimento, o valor total do capital desviado para os paraísos fiscais desde a década de 1970 seria mais que suficiente para pagar suas dívidas com o resto do mundo, informa o documento. "O problema é que o dinheiro destes países está nas mãos de um pequeno número de indivíduos, enquanto as dívidas são compartilhadas pelas populações pobres por meio de seus governos", diz o relatório.

Quando computada a quantia de dinheiro desviada para paraísos fiscais que não foi contada nas estatísticas oficiais, a desigualdade social nos diferentes países torna-se ainda mais gritante, sugere o Tax Justice Network. Por isso, para os pesquisadores do centro, é necessário repensar as pesquisas na área.

"Essas estimativas revelam uma falha incrível: a desigualdade é muito, muito pior do que mostram as estatísticas oficiais", disse John Christensen da Tax Justice Network citado pelo jornal britânico The Guardian. "As pessoas na rua não tem ilusões sobre quão injusta a situação se tornou", acrescentou ele.

A pesquisa "O preço dos fluxos dos paraísos fiscais revisitado", divulgada neste domingo (22/07) pelo diário britânico The Observer, foi encomendada pelo centro de pesquisa britânico TJN e coordenada pelo economista e consultor James Henry. Suas conclusões surgem em um momento importante, no qual sociedades ao redor do mundo questionam a relação entre seus governos e as instituições financeiras.


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