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trabalhadores galiza punhoPCO - O colapso em 2007-2008 evidenciou o esgotamento da política com que a burguesia imperialista procurou enfrentar o estouro da crise capitalista em 1974, a chamada política neoliberal. O estado burguês acabou concentrando a crise por meio dos programas de resgates e vários programas de repasses de recursos públicos para sustentar o funcionamento da economia mantendo as altas taxas de lucros dos parasitas imperialistas.


A principal política adotada a nível mundial a partir de 2009, com o objetivo de manter um certo crescimento econômico foi o fomento artificial do consumo mediante enormes volumes de recursos estatais repassados para os bancos. Desta maneira, tem sido possível a manutenção dos pagamentos dos serviços das dívidas públicas que se transformou no principal componente da especulação financeira. Os outros dois grandes pilares são a especulação imobiliária, principalmente nos países atrasados, pois nos países centrais se esgotou em 2008 e a especulação com matérias primas nos mercados futuros de commodities.

O consumo passou a representar mais da metade do PIB na maioria dos principais países. Na Grã Bretanha representa 70% do PIB e nos EUA mais de 60%.

O governo chinês destinou mais de US$ 600 bilhões, em 2009, a compensar a queda das exportações. A China transformou-se na locomotiva do crescimento mundial devido ao enorme aumento da demanda por matérias primas e maquinários destinados à construção civil. Os países atrasados aumentaram a dependência das exportações para a China da mesma que as multinacionais imperialistas aumentaram a dependência da venda de máquinas industriais e peças de alto valor agregado. Mas tratava-se de uma política artificial improvisada que se esgotou dois ano e meio depois.

O novo modelo montado para enfrentar o aprofundamento da crise capitalista mundial se manteve em pé até o terceiro trimestre do ano passado. Em setembro, a economia de vários países importantes, como a Alemanha e o Japão, as duas potências imperialistas industriais, estancou. No segundo trimestre deste ano, e especialmente a partir do mês de junho, a deterioração econômica mundial se acentuou sensivelmente.

A Europa inteira caminha a passos muito largos para a recessão generalizada. Alemanha, o carro chefe, aumentou a dependência parasitária da exploração financeira dos países da região e transformou-se numa lavanderia de recursos que voltam aos países mais endividados por meio de empréstimos públicos.

A Grã Bretanha entrou em recessão. A produção industrial e o consumo paralisaram. O governo anunciou a demissão de meio milhão de funcionários públicos e o repasse de € 100 bilhões adicionais ao sistema financeiro.

O Japão enfrenta uma crise histórica devido à disparada do endividamento público, que alcança 237% do PIB, à paralisia da economia, devido à queda das exportações e ao aumento das importações. Para conter a crise, o governo aumentou o imposto sobre o consumo (IVA) de 5% para 10%.

Na China, à desaceleração industrial somam-se as bolhas imobiliária, do consumo e das obras de infraestrutura que ameaçam levar à bancarrota os governos provinciais, as grandes construtoras e o sistema financeiro.

A economia da Índia sofre a disparada da inflação, o crescente déficit público, a queda das exportações e a disparada dos custos com as importações devido aos altos preços dos alimentos e da energia.

Na América Latina, os três principais países da região, o México, a Argentina e o Brasil têm sido fortemente afetados pela queda dos preços das matérias primas, a paralisia econômica, o endividamento e o déficit públicos em disparada e o fantasma da recessão crescendo no horizonte próximo.

As “novas” políticas que a burguesia está implementando em escala mundial não passam de mais do mesmo – mais repasses para o sistema financeiro, na tentativa de ressuscitar o consumo, e muito mais especulação financeira.

Nos EUA e na Grã Bretanha, que dominam a especulação financeira, novos pacotes de repasses de recursos para os bancos são o foco da política. Os bancos imperialistas têm aumentado o envolvimento com operações “ilícitas”, como a manipulação das taxas e índices financeiros (recente escândalo da Libor por exemplo) e a lavagem de dinheiro proveniente do tráfego de drogas, e outras operações ilegais, em larga escala (recentes casos do HSBC, ING, Citibank e dezenas de outros bancos).

O Japão está tentando aumentar a participação nos mercados especulativos asiáticos, após as multinacionais terem “ido às compras” de importantes fontes de matérias primas em cima de recursos públicos.

O imperialismo alemão está aumentando o domínio na Europa, principalmente na zona do euro, para manter em pé os mecanismos especulativos que lhe garantem a condição de potência imperialista de primeira ordem. As draconianas recentes medidas impostas pela UE (União Europeia) sobre o governo espanhol representam uma espécie de laboratório forçado para serem, posteriormente, replicadas para os outros países da região, principalmente a Itália, que é a terceira maior economia da Europa, e a França, que tem se transformado numa potência de segunda ordem a reboque do imperialismo alemão. A “nova” política que está sendo desenhada para a Europa segue o modelo que tem sido implementado pelas outras três grandes potências imperialistas (os EUA, o Japão e a Grã Bretanha) – a monetização da dívida, mediante a compra, pelo estado burguês, de títulos podres e as emissões, em larga escala, de papel moeda podre para manter em funcionamento a especulação financeira.

A China tem implementado uma série de mecanismos para continuar fomentando o consumo e a especulação – desde a liberação de investimentos de fundos especulativos imperialistas em maior escala até a liberação do mercado de títulos podres. A Índia tem tomado medidas muito parecidas.

O Brasil, da mesma maneira que tem acontecido na Argentina e no México, tem implementados vários “pacotes de estímulo”, desde o terceiro trimestre do ano passado, mas sem, praticamente, nenhum efeito sobre a economia real, a não ser continuar garantindo altas taxas de lucro às multinacionais imperialistas.  O último pacote do governo se esgotou em menos de dois meses – a Fenabrave (Federação Nacional Brasileira dos fabricantes de Veículos) anunciou a queda da venda de veículos automotores em 1,9% em julho. O endividamento público do País continuará aumentando sem parar devido à queda acentuada das exportações e dos investimentos especulativos por causa do aumento da aversão ao risco – o governo anunciou que serão repassados R$ 45 bilhões adicionais ao BNDES que terão como destino os grandes capitalistas.

O regime político burguês passa por uma tremenda crise em escala mundial. A tendência geral é o forte desgaste das políticas direitistas dos planos de austeridade que têm sido enfrentados com protestos maciços, principalmente, na Europa

A eleição de François Hollande, na França, marcou o ápice dessa tendência, após os avanços da socialdemocracia britânica e alemã. A ala esquerda do imperialismo europeu apresenta melhores condições para conter o avanço das massas trabalhadoras no contexto de monetização das dívidas em larga escala.

Nos EUA e no Japão, os governos têm evitado o confronto direto com as massas mediante a implementação de programas de austeridade. Os programas sociais têm sido mantidos, como colchão social, enquanto trilhões de dólares e ienes são repassados para os parasitas imperialistas. O desgaste da candidatura Obama nos EUA, que continua sendo o favorito do imperialismo, está sendo compensado pela “suavização” das posições direitistas de Mitt Rommey. O PD (Partido Democrático) do Japão, que está no governo, sofreu uma recente cisão devido ao aumento dos impostos.

Na Grã Bretanha, a monetização da dívida tem sido acompanhada pelos programas de austeridade. Há dois meses, mais de 400 mil pessoas, dentre das quais 30 mil eram policiais, se manifestaram em Londres contra as demissões no funcionalismo.

No mercado manufatureiro asiático, particularmente, na China e nos principais países atrasados, o movimento grevista está em ascenso. No Brasil, a recente derrota da burocracia sindical na Fentect (Federação dos Correios) representou um ponto de inflexão ascendente do movimento operário.

O inevitável aprofundamento da crise capitalista no próximo período deverá conduzir à recessão mundial como passo intermediário em direção à depressão. A escalada do endividamento só poderá ser parcialmente enfrentado pela monetização com papel moeda podre, o que conduz à hiperinflação.

A tendência à esquerda da situação mundial tem levado, no geral, ao ascenso da socialdemocracia e ao desgaste da direita. No próximo período, o desenvolvimento deverá ser o desgaste da socialdemocracia, conforme as massas continuarem se colocando em movimento, e a entrada em cena do segundo time, como começou a ser esboçado na Grécia ou variantes ainda mais radicais de partidos epqueno-burgueses que buscam a liderança da classe operária de seus países, levando a frente popular mais à esquerda. Em paralelo, a burguesia continua fortalecendo sua tropa de choque política, na esperança de conseguir esmagar a classe operária que começa a se levantar em diversos países – a ultradireita fascista.

 

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