Nos países asiáticos, que até pouco tempo atrás a propaganda burguesa considerava como exceções à crise capitalista mundial, principalmente a China e a Índia, aumentam os sinais da recessão fortemente impactados pela crise na Europa. A crise capitalista mundial continua se expandindo e se aprofundando em todas as direções. Na zona do euro, a crise se movimenta desde os países mediterrâneos na direção do seu próprio coração, a França e a Alemanha.
A deterioração da economia europeia tem sido retroalimentada pelo ascenso das massas trabalhadoras, que estão entrando em movimento, tem colocado em xeque os planos de austeridade e provocado uma monumental crise política que está atingindo em cheio o regime parlamentar burguês.
A economia da China continua registrando índices de crescimento cada vez piores fortemente impactada pela queda da demanda na Europa e nos EUA. O Banco da China prevê que a taxa de crescimento para este ano deverá cair de 9,5% para 7,5% e diversas análises indicam que o índice poderá ficar próximo aos 6%.
Os principais índices mostram a desaceleração industrial e da construção civil
Além das manipulações estatísticas relacionadas com o PIB, há indicadores muito críticos que revelam a forte queda da indústria e da construção civil – o consumo de energia elétrica, o transporte ferroviário e o crédito.
O consumo de energia elétrica aumentou apenas 0,7% no mês de março na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o aumentou foi de 7,2% e um mês depois de 11,7%. O transporte ferroviário, nos quatro primeiros meses deste ano, cresceu na metade do ritmo do ano passado. O crescimento da construção civil, que responde por 13% do PIB, foi de apenas 4,2% no mesmo período e 16,2% no mesmo período de 2011. As vendas de máquinas destinadas à construção civil caíram 51% em março na comparação com o mesmo mês de 2011.
As vendas no varejo caíram 14,1% no mês de abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, e 15,2% na comparação com o mês anterior, o que reflete o esgotamento da política do governo que despejou mais de US$ 600 bilhões na economia, através do sistema financeiro, com o objetivo de estimular o consumo, para compensar a forte queda das exportações, e conter a onda de greves que têm tomado conta do País desde 2010. Os empréstimos bancários caíram quase pela metade no mesmo mês na comparação com março – de Rmb 1,010 bilhão para Rmb 682 bilhões. O estímulo artificial do consumo tem servido como instrumento de contenção da crise capitalista não somente na China, mas inclusive a nível mundial, e tem provocado o desenvolvimento de bolhas financeiras de grande volume, principalmente gigantescas bolhas imobiliárias e das obras de infraestrutura, que agora têm se transformado em bombas relógio que ameaçam implodir a economia chinesa.
A burguesia mundial tem alardeado o "lado bom" da recessão na China, pois tem possibilitado a queda da inflação dos 6,5% (dados oficiais), no pico de 2011, para 3,6% em março e 3,4% em abril, o que permitiria ao governo aumentar a injeção de papel moeda podre no mercado com o objetivo de continuar fomentando o consumo, operação que é nomeada pela economia burguesa como quantitative easing ou facilitamento quantitativo e que tem sido aplicado nas principais potências imperialistas com efeitos catastróficos. Mas a queda da inflação, provocada pela diminuição do consumo, está muito longe de ser definitiva; ela continua sob a pressão dos altos preços do petróleo, dos minerais e dos alimentos estimulados pela especulação financeira nos mercados futuros de commodities.